Tenho me perguntado frequentemente porque não conseguimos entender muitas coisas. Inclusive estou naquela fase na qual não sei muito bem o que estou fazendo nesta vida. Por mais que geralmente eu tenha noção de que ESTÁ TUDO BEM PIRAR UM POUCO.

Não sei se terei oportunidade de formar uma família, se trocarei de carro, se terei uma casa própria, se continuarei na mesma profissão, se pinto o cabelo ou não. Vocês viram a tendência do cabelo colorido? Ah, deixa pra lá, meu cabelo é muito sensível à química.

Apesar desse limbo, eu consigo imaginar que muito do que fazemos depende de como vemos as coisas. Boas ou ruins, as situações mudam de pessoa para pessoa, porque cada uma vê e encara ela diferente.

Quando guardei dinheiro pela primeira vez e não precisei contar as moedas para abastecer o carro, imaginei um destino para aquela poupança. Esse era meu propósito e estava feliz com isso. Quando precisei usar aquele dinheiro para outra situação, fiquei chateada por um tempo. Mas depois, pensando melhor, fiquei orgulhosa, porque pela primeira vez eu estava andando com os meus próprios pés. De verdade. Literalmente. E se eu não tivesse guardado aquele dinheiro? Aí pude comprovar mais uma vez que eu vi a situação diferente e por isso deu tudo certo.

Está dando. Eu acho.

Quando um amigo de verdade precisa de ajuda, faço o que puder para estar ao lado dele. Mesmo que não consiga curar a dor, ou que não possa emprestar dinheiro ou mesmo fazê-lo parar de chorar. Às vezes é assim mesmo. Ficar ali, estar disponível mesmo estando cheio de problemas. Tudo isso me faz uma pessoa melhor, e não é na minha vaga no céu que estou pensando. Estou pensando naquele amigo. Você pode me perguntar: e se ele não fizer o mesmo por você? Eu diria que não tem problema, porque a gente só pode oferecer o que tem.

Um dia você tem dinheiro, no outro não. O que sobra? O que você é, o que você fez, QUEM você tem. Fama me traz bons contatos, facilidade na comunicação e reconhecimento do meu trabalho, mas sem trabalho, ela não existe. Portanto, fama e dinheiro é uma consequência.

Apesar de ter perdido a minha poupança, sei que sempre farei o que meu coração mandar. Minha cabeça estará ali, de olho para seguir meus princípios e pensar nos riscos reais. Descobri que quero fazer sempre mais, mesmo que ninguém esteja olhando. Quero experimentar, errar, acertar, conhecer, descobrir, redescobrir, recomeçar, ganhar, perder. Quero provar um pouco de tudo. Não sou das mais aventureiras, mas tenho boas histórias para contar.

Parece ser nada em meio a tantas coisas mais importantes. Mas tenho esperança de estar certa: esse conflito interno que travamos e vencemos diariamente, é crucial, pois é dali que tudo de bom que podemos ser e fazer, vem à tona. Feliz de quem descobre que isso é verdade.