Enquanto o Peru foi o berço da vitivinicultura espanhola na América, o Padre Roque Gonzales foi o precursor e introduzir a videira no Rio Grande do Sul.

Os jesuítas tinham plano de implantação agrícola e, sua vocação era fixar o homem nativo à sua terra.

Em 1737, ocorreu a imigração de açorianos no litoral gaúcho que fundaram Porto Alegre e distribuíram na região litorânea vinhas de origem portuguesa, sem entretanto, se constituírem em vinhedos de grande expressão. A origem dessas videiras era a Ilha dos Açores e Madeira.

De qualquer maneira, o cultivo da videira tomou expressão acentuada após a chegada dos imigrantes italianos aos altos da serra, a partir do ano de 1875, que no início, a cultivaram para o consumo da família e, posteriormente, por volta de 1890, o êxodo dessa variedade era tão surpreendente que já houve possibilidade de iniciar a comercialização do vinho para a capital do Estado.

O imigrante italiano, afeiçoado à viticultura por tradição e por vocação, obrigatoriamente viria a cultivar a videira em sua terra, como já o havia feito os imigrantes que se estabeleceram em outras regiões da América e da Ásia. Pelo ano de 1890, a produção de vinho atingiu um estágio interessante, suprindo as necessidades de consumo da Colônia. Já se iniciaram também os primeiros carregamentos para as maiores cidades do Estado, particularmente Porto Alegre.

O transporte era feito em lombo de muares: das propriedades rurais, das picadas (trilhas), dos vales e encostas até os pequenos núcleos ou povoados, onde havia uma casa de comércio ou armazém colonial, que negociava os produtos dos agricultores, geralmente por escambo, isto é, por troca de um produto por outro. O vinho era alojado em dois barris de 40 litros cada, colocados um de cada lado do lombo do animal, formando filas de até 10 ou 12 animais, que percorriam distância entre a propriedade rural até o negociante. O agricultor, prazerosamente, vinha tendo o espelho de uma nova e promissora cultura para toda a região colonial italiana. E o tempo demonstrou que ele não havia se equivocado.

E a história do nosso município, registra o percurso do nosso progresso com o alicerce na VITIVINICULTURA. A luta de várias lideranças, com visão de futuro, fez uma grande marca histórica em 1967: de 25 de fevereiro à 12 de março de 1967, Bento Gonçalves era visitada por milhares de pessoas motivada pela propaganda, pela cultura de um povo trabalhador que conquistou o seu espaço de uma nova civilização. A Festa Nacional do Vinho. FENAVINHO. E hoje retomamos a FENAVINHO? Todos conhecem a sua verdadeira história? Eu sou da opinião quye a Fenavinho é patrimônio histórico cultural do nosso povo, do município e um componente de uma civilização. É um estilo de vida e uma forma de comportamento humano. Muitos países gostariam de estar na nossa região. Hoje somos um município de progresso e desenvolvimento, com atividades diversificadas e irmanados com diversas etnias. Todos construindo um município bom para morar. Mas… você conhece a história do nosso município???