Hoje, pela manhã, e à tarde, grupo estará realizando atividade aberta para falar sobre o tema junto à comunidade

O tema suicídio se tornou tão importante, que desde 2014, o Brasil denominou o mês de setembro e a cor amarela como forma de alerta e na busca de abordar o assunto de maneira aberta e mais ampla possível junto a todas as classes da população.

A preocupação com o assunto é explicada em números. Atualmente, é registrado no Brasil uma média de 5,5 mortes a cada 100 mil habitantes. Segundo dados do Ministério da Saúde, em média, 11 mil pessoas tiram suas próprias vidas no país a cada ano.

Em Bento Gonçalves, segundo dados divulgados em 2017, pelo setor de Vigilância Epidemiológica, ocorreram 371 suicídios nos últimos 39 anos. Em média, dez bento-gonçalvenses cometem suicídio todos os anos. O problema é a 15ª principal causa de morte da população.

De acordo com a psicológa Franciele Sassi, especialista em teoria, pesquisa e intervenções em luto e perdas, o maior risco de suicídios está em algumas faixas etárias e dentro de várias possibilidades. “ O risco maior está entre jovens a partir de 15 até 30 anos, mas alguns estudos colocam até 45 anos. Nem sempre precisa ser o suicídio consumado, mas o simples fato pensar em morrer, automutilação, exposição a alguns jogos de internet e outras situações são vistar como possíveis causas. Por isso, às vezes, falar sobre o assunto é ainda muito solto e complexo e precisa ser melhor abordado para que se tenha uma melhor prevenção”, pondera.

Em Bento, o assunto também ganha importância e espaço. Além da clínicas especializadas, há uma extenção do Núcleo de Orientação Frente ao Suicído (NOS). O núcleo, além de realizar atendimentos aos pacientes de forma particular em clínica, busca abordar e conduzir o tema de várias maneiras, conforme Franciele. “Realizamos ações comunitárias voltadas para divulgação do assunto, com palestras para entidades e em jornadas com profissionais. Também estamos com uma proposta de trabalho com adolescentes nas escolas e para capacitação para profissionais da área da saúde, que atendem essas demandas e também da segurança pública, já que não temos profissionais preparados para lidar com situações como por exemplo, pessoas que queiram se atirar de algum prédio. Por isso, é preciso estar capacitado para abordar essa pessoa, saber o que fazer, como encaminhar em caso de necessidade. Isso está em nossa pauta”, salienta.

Aproveitando o Setembro Amarelo, o NOS promove hoje uma série de ações. A primeira ocorre pela manhã, a partir das 9h, com entrega de materiais informativos para motoristas e pedestres nas ruas Treze de Maio e Senador Salgado Filho. Já no período da tarde, a partir das 13h30min até por volta das 17h, na Praça do bairro São Bento, será realizada a entrega de folders sobre o assunto, lembranças referentes ao setembro amarelo e uma roda de conversas sobre suicídio, com a presença dos profissionais do núcleo, que tem por objetivo além de ouvir histórias e buscar a quebra de paradigmas junto à sociedade.