Absurdo, fantasia, doidice de pedra? É possível! Talvez eu tenha saído demais do quadradinho, alucinado, viajado na maionese. Até porque ando fazendo viagens bizarras pela História e, a cada retorno, meu cérebro coça pra caramba. Mas, olhando por outro ângulo, sinto ter descoberto a roda, aquela que pode dar um empurrão ao curso civilizatório. Antes que eu me acovarde e recolha meus brios, vou expor esta ideia que me veio à cabeça numa sessão de Pilates.

         Então, estava eu fortalecendo a musculatura das pernas, quando os neurônios sofreram um estalo (pra falar a verdade, os joelhos também). E visualizei uma imagem revolucionária, não bélica – a paz acima de tudo – que tem a ver com justiça, ética, solidariedade, compaixão…, na vida real.

E ponderei…

Por que não reescrever a escola com ousadia e com um tantinho assim de loucura, executando aquele objetivo que já vem “selado, registrado, carimbado, avaliado, rotulado…” e que decididamente não faz ninguém voar?!

Minha intenção nada modesta é desencadear uma reviravolta de pensamentos, práticas e comportamentos, porque modelos antigos não convencem há muito tempo. Tomemos como exemplo o ensino religioso. O estudo das diferentes doutrinas afastam mais do que aproximam. Então que cada um continue com suas crenças ou descrenças. Também não se elimina o parasita do bullying só com a conscientização oral.  Nem se corrige má educação e se abranda o egocentrismo com palavras bonitas. É sentindo na pele o problema dos outros que a gente tem a chance de se transformar num ser humano melhor. E de quebra, ainda se aprende a cuidar da própria saúde.

Vamos às vias de fato! Se quisermos que nossos adolescentes tenham respeito e paciência para com os idosos, que tal propormos uma ação em que as limitações da idade sejam vivenciadas fisicamente, usando caneleiras de peso para atravessar a rua, para subir e descer os degraus do ônibus ou para percorrer o supermercado?! Já para que haja empatia em relação às deficiências, não seria legal planejar atividades com os alunos de olhos vendados, ou com os ouvidos tapados, para perceberem a fragilidade e solidão de quem não vê ou não ouve?! Ou ainda, através de barulhos diversos e vozes desordenadas, mostrar como é difícil a conexão com o exterior para quem sofre de alterações neurológicas?!

São muitas as possibilidades…   E a escola é um excelente espaço para isso. Mas tem de ousar.