Abro o Facebook… (Nós, que nascemos antes – eufemismo de “véias”– resistimos um pouco em aceitar o novo. Mas ninguém quer ficar à deriva social, então a gente vai destrancando, aos poucos, as janelas para a tecnologia entrar. Por enquanto, estamos onde nos movemos com maior facilidade. Mas chegará o dia em que teremos de abandonar esta mídia e arranhar outras mais modernas… Até lá, tudo bem por aqui).

E é do bem maior, pleno, intenso e sublime, que vou falar, do amor que transborda nas postagens das vovós. E são tantas. As mamães também exibem suas criaturinhas de amor, mas com algum pudor. Já, nós, que nos derretemos diante de nossos netos, somos incapazes de segurar o afeto. Ele escorre de nossos olhos e sorrisos. Sem disfarces! E é referendado pelas palavras, carregadas de sinceridade, de verdade, de transbordamento e de orgulho. São das raras coisas verdadeiras exibidas nas redes sociais.

Impressiona como este sentimento aflora no face. Como tem gente que ama! Amor incondicional. Que também é direcionado aos quatro patas, tidos pelos seus donos como filhos. Exagero ou não por parte dos “pais” dos pets, quem os ama é incapaz de praticar maldades. E, no final das contas, todos os bichinhos são criações divinas.  

Então é de se perguntar por que acontecem barbaridades num mundo tão amoroso, com tantos seres amados… Talvez porque haja os desamados.  Ao lado dos que amam os outros como a si mesmos, há os que amam a si mesmos e não conseguem amar os outros…  Por outro lado, só é capaz de conjugar o verbo amar quem se ama… Logo, quem não ama os outros não se ama… Eta paradoxo!

É possível que neste grupo se enquadrem os arrogantes, pessoas cheias de si, soberbas e autoritárias, que, segundo a Psicologia,  escondem problemas de insegurança e medo… E também as pessoas anestesiadas afetivamente, que abrigam grandes vazios existenciais, ou que se sentem desconectados do seu corpo e mundo ao redor…  

Felizmente, o amor prevalece, mas precisa ser cuidado para que não se transforme em dor. Neste aspecto, é preocupante a influência negativa de alguns modelos digitais sobre nossas crianças e adolescentes que podem se tornar reféns da superficialidade e futilidade. Ou então, ao se compararem com a figura “perfeita” e cheia de “glamour” exibida nas telas, passam a desenvolver um sentimento de baixa autoestima. O resultado é sempre o desamor.