Nos últimos meses se tem visto e ouvido “n” reclamações ligadas a Copa do Mundo, notadamente no tocante à saúde, educação, segurança pública e infraestrutura. Com razão? Sim, obviamente, sim! O Brasil carece da oferta de melhores condições para a saúde da população. A Constituição é clara em seu artº 196º: “Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. A Constituição estabeleceu, também, em seu artigo 195º, que “a seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”, e os percentuais também foram definidos. Entretanto, a União e os Estados nunca chegaram a investir na saúde os percentuais que foram definidos. Já os municípios, diante da proximidade da população e a pressão exercida, tiveram que aumentar cada vez mais sua participação. Bento Gonçalves, por exemplo, em 2000 aplicava 7,17% de sua arrecadação na saúde. Chegou a 14,1% em 2004 e só superou o percentual constitucional de 15% em 2005, quando atingiu 16,1%. A partir daí o percentual foi aumentando assim: 2008, 16,26%; 2009, 18,84%; 2010, 19,14%; 2011, 21,95%; 2012, 22,97%. Não disponho, agora, de 2013, mas o divulgarei assim que o tiver. No primeiro quadrimestre de 2014 o investido foi 20,79%. Há que se destacar, também, que nunca, em tempo algum, os percentuais de investimentos na saúde em Bento Gonçalves, pelos governos federal e estadual foram tão elevados quanto nos últimos três anos. Está havendo, portanto, um crescimento considerável nos investimentos para a saúde por parte dos governos. É o ideal? Claro que não e jamais – repito, jamais – será o ideal. Não há como suprir todas as necessidades da saúde de uma população de 200 milhões de habitantes, sabendo-se que a carga tributária já é de 35% do PIB. Há o custeio com pessoal, com aposentadorias, com infraestrutura, com juros da dívida, com as despesas gerais dos governos, como lua, água, telefone, etc. Comentei isso tudo para lançar um desafio a quem quiser aceitá-lo: Quando tivemos, no Brasil, tanto valor investido na saúde quanto agora, por estados, municípios e pela União, mesmo sem sequer sonhar-se com Copa do Mundo? Quem puder responder, por favor, envie os dados obtidos para o meu e-mail. Terei imenso prazer em divulgar. Como tenho certeza absoluta de que ninguém topará o desafio por que não há como contrariar o que afirmei aqui, com dados, não com palavras, vou torcer muito para a seleção brasileira vencer a do Chile sábado, em Belo Horizonte, porque tem Copa, sim, e sou brasileiro, com muito orgulho no coração!