Levantamento mostra alta em três, dos quatro locais pesquisados

A compra de material escolar é preocupação constante para os pais no início ano, principalmente em época de crise, onde tudo é colocado na ponta da caneta antes de finalizar a aquisição. Um levantamento realizado pelo Semanário em quatro estabelecimentos, comprova que a lista básica de produtos teve reajuste muito acima da inflação, se comparado ao mesmo período do ano passado.

Alguns itens, como cadernos, dicionário e lápis de cor chegaram a um aumento que pode ultrapassar os 200%. Mesmo com a inflação em baixa, valores foram reajustados em comparação com 2016. Para o economista e representante do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), é preciso cautela na hora de comprar os produtos para os filhos.

De acordo com o levantamento de preços, em um estabelecimento comercial da cidade, o dicionário Inglês-Português Mini, passou de R$ 4,90, em 2017 para R$ 29,90, um aumento de aproximadamente 510%. Lápis de cor, com 12 cores, também aumentaram cerca de 245%. Outros produtos como, cadernos, tinta guache, canetas, blocos de folhas, tiveram elevação, porém de maneira moderada. Nos quatro locais pesquisados pela reportagem, em apenas um, a lista de material escolar teve redução de cerca de 4%. Os demais apresentaram aumento que pode variar entre 6 a 115%.

Conforme o economista e Coaching Financeiro, Everton Lopes, os aumentos sempre ultrapassam a inflação anual. Entre os principais motivos para a alta é a alegação dos lojistas de que a planilha de custos teve reajustes, além dos efeitos da crise econômica.

Lopes explica que antes de ir às compras, é importante que o consumidor tenha em mãos a lista dos materiais que realmente serão necessários para o ano letivo e buscar alternativas para conseguir comprar os produtos de maneira que não pese tanto no valor final. Ele explica que outra solução é realizar as compras de materiais escolares em conjunto com outros pais, podendo ter mais chances para negociar os preços. “As pessoas podem verificar junto a associações de pais e mestres se não há a possibilidade de compra coletiva, pois pode sair bem mais em conta”, aconselha.

Conforme o fiscal do Procon de Bento Gonçalves, Thiago Santos, outra alternativa para os pais reduzirem os custos com a compra de material escolar é a verificação de itens que restaram do período letivo anterior, antes de sair às compras. “Deve-se avaliar a possibilidade de reaproveitá-los”, afirma. De acordo com Santos, o consumidor deve fazer pesquisa de preços e comparar os valores em diferentes estabelecimentos, bem como, verificar as condições de pagamento e de desconto oferecidas. Ele sugere ainda que os pais fiquem atentos à lista, para que não sejam inclusos itens de uso coletivo, o que é proibido por lei. “Pincel para quadro branco, toner, álcool, copos descartáveis e material de limpeza, são exemplos de materiais de uso coletivo”, aponta.

Conforme Lopes, os produtos devem ser comprados com bastante antecedência ao retorno escolar, aproveitando as feiras, porém, sem esquecer-se de pesquisar os preços e evitar a compra de itens que não constam na lista. Para o fiscal do Procon, é importante uma conversa com os filhos antes de irem às compras, explicando a importância de economizar. “Com uma boa conversa prévia, os pais podem levar os filhos junto para comprar os materiais e transformar este momento em uma oportunidade de educação financeira, ensinando para eles a importância em poupar dinheiro”, garante Santos.