A população brasileira chegou a 205,5 milhões, aumento de 3,4% em relação a 2012. A população branca diminuiu 1,8%, entre 2012 e 2016, totalizando 90,9 milhões, enquanto pardos cresceram 6,6% e pretos 14,9%, chegando a 95,9 milhões e 16,8 milhões, respectivamente. Foi o que revelaram os dados do módulo temático Moradores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua-2016, divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pesquisa mostra que, entre 2012 e 2016, a população branca caiu de 46,6% para 44,2% da população residente, ao passo que a parda aumentou de 45,3% para 46,7% e a preta de 7,4% para 8,2%.

No Sul, 76,8% da população se declarou branca, em 2016, 18,7% parda e apenas 3,8% preta. Por outro lado, na região Norte, 72,3% da população se declarou parda, 19,5% branca e 7,0% preta.

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A gerente da pesquisa, Maria Lucia Vieira, ressaltou que a redução dos brancos e aumento de pretos e pardos na população é uma tendência verificada ao longo do tempo. “Até o Censo Demográfico 2010, os brancos representavam mais da metade da população total e naquele ano, pretos e pardos ultrapassaram”, afirma.

Segundo Maria, isso decorre de dois fatores principais: “Há a tendência da miscigenação, ou seja, que a população se misture e o grupo pardo cresça. E no caso do aumento da autodeclaração de pretos tem um fator a mais: o reconhecimento da população negra em relação à própria cor, que faz mais pessoas se identificarem como pretas”, explica.

Nas perguntas sobre cor e raça das pesquisas do IBGE, o critério é a autodeclaração, ou seja, o entrevistado define em qual categoria irá se enquadrar. O manual da PNAD recomenda que o pesquisador peça para o entrevistado se encaixar em uma das cinco opções: branco, pardo, preto, amarelo ou indígena. “Às vezes existe confusão do morador em se enquadrar nas categorias, mas após as orientações é ele quem define sua cor e raça”, conclui a pesquisadora.