Talvez por ter viajado demais e ser muito ausente em casa, ou por ter a Maria Luiza ajudando a Margaret a cuidar das crianças, ou por ter a Olga ao nosso lado, NUNCA troquei as fraldas dos filhos.
Agora ouço aquele maravilhoso chamado que vem de um banheiro:
– “Deeeeeeuuuu!”
É um netinho pedindo para ajudar na limpeza. Imediatamente me prontifico a chamar seus respectivos pais. Avô e assim mesmo: entrega o pequeno e apenas diz que “o nenê tá cocô”. A avó sempre é mais prestativa e faz a parte dos pais.
Num passeio com os netos até o Aeroclube de Bento Gonçalves fomos acompanhados por um amiguinho. Meu neto Bernardo avisou que o coleguinha estava no banheiro e não deu outra:
– “Deeeeeeeu, tiiiio!”
Assustado olhei para os lados e o tal de “tio” era eu mesmo. Perplexo, ou apavorado, fui até o sanitário e lá estava o menino com a cabecinha baixada ostentando o bumbum. Fiz o melhor possível e confesso que me senti orgulhoso por ter sido capaz.
O negócio é tentar fazer. Sabe lá quantos “lindos” momentos foram perdidos por não ter podido ajudar na limpeza das crianças.
Agora, por analogia, transfiro esta limpeza para a atualidade do Brasil. Quanta MERDA esses políticos caras de pau esparramaram pelo país. Cada semana aparece mais um canto onde fizeram a sujeira. Chegaram até a roubar UM REAL de cada funcionário público que obtinha empréstimo. Pensavam que ninguém notaria.
O crime que estes políticos praticaram matou milhares pela falta de segurança que o governo não deu, matou milhares pela falta de assistência à saúde dos cidadãos e matou milhares pelos acidentes nas esburacas estradas do Brasil. O dinheiro roubado poderia ter melhorado muito a sofrida vida do povo.
Não foi só roubo que cometeram: foi ASSASSINATO COLETIVO.
– “Cheeeeeegaaaa!”
Nós estamos sendo chamados. Temos que limpar a sujeira.