Prefeitos? Quando?

Quando algo começa errado, a tendência é que tudo continue e dê errado. Bento Gonçalves, totalmente na contramão do que fez Caxias do Sul, ficou imóvel, inerte, absolutamente sem ação diante das emancipações que ocorreram ANTES do festival protagonizado por um deputado estadual e DEPOIS muito mais. Desde 1890, quando se tornou MUNICIPIO, Bento foi sendo mutilado em seu território. Garibaldi e Farroupilha, ao emanciparem-se, colocaram suas divisas onde bem entenderam. Tanto que logo depois do bairro Santo Antão, já estamos em Garibaldi e Farroupilha, sendo que o Clube de Caça e Pesca é “multimunicipal”. E não foi só isso.

Alheios a tudo…

Como se já não bastasse a tomada do território de Bento Gonçalves, os farroupilhenses e garibaldenses, com ampla visão de FUTURO, escolheram a área territorial que lhes pareceu melhor: praticamente plana, com o quê poderiam expandir-se como julgassem necessário. Bento Gonçalves restou com pouco mais de 470 km². Aí o “jênio” de um deputado surgiu e um festival de emancipações (a meu ver, todas inconstitucionais, já que estava claro que elas deveriam “ouvir as partes interessadas” e isso resultou em consultas SOMENTE nos distritos interessados, ignorando o município sede), proporcionando que inúmeros distritos – muitos sem a menor condição para isso – se tornassem municípios. Os prefeitos de Bento fizeram algo para impedir essas mutilações territoriais?

Exemplos não faltaram

Que essas emancipações poderiam ter sido contidas foi demonstrado, claramente, por Caxias do Sul. Seus políticos e lideranças se mobilizaram e barraram as pretensões de vários distritos (alguns com muito mais recursos e condições de emancipação do que centenas de outros no Estado) em se emanciparem. Bento Gonçalves, seus políticos e lideranças assistiram a todas as emancipações de braços cruzados, vendo “a banda passar”. E fundamentos legais para impedir não faltavam, bastava ver o quê e como Caxias do Sul havia feito.

Mas, e agora?

Bento Gonçalves restou com pouco mais de 270 km² e, obviamente, sem chances de expansão. O único lado que ainda há território é em direção do norte, distrito de São Valentim, mas logo temos os penhascos do vale do rio das Antas. As poucas áreas urbanas estão tomadas e erguer edifícios, residências multifamiliares surgiu como paliativo para a população que aqui quer residir. Muitas casas foram dando lugar para prédios enormes, pois não há como ser diferente. Mas, os loteamentos que surgiram aos borbotões no entorno do bairro Centro, obrigaram os empreendedores a doar ÁREAS VERDES para o município – leia-se “para a Prefeitura” – exatamente pela NECESSIDADE de possuirmos PULMÕES VERDES no meio da “selva de concreto”. Mas, e agora?

Vender áreas verdes?

O vereador Rafael Pasqualotto, presidente da Câmara, contestou, em pronunciamento, o fato da Prefeitura colocar em EDITAL, a venda de DEZ terrenos, sendo que METADE deles são de ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. Meu Deus! E a população AINDA não fez nada para impedir esse ABSURDO INOMINÁVEL? Como a Prefeitura pode se dar ao luxo de VENDER ÁREAS VERDES? Não existe uma Secretaria do Meio Ambiente? Se existe, ela foi consultada? E os vereadores? Concordam com essa excrescência?

Problema financeiro?

Qual é o problema? Falta de dinheiro? Se sim, porque não se REDUZ DESPESAS ao invés de buscá-lo vendendo IMPORTANTÍSSIMO PATRIMÔNIO PUBLICO? O colunista Henrique Alfredo Caprara também comentou isso, questionando o Prefeito Diogo Siqueira. Faço o mesmo: Prefeito, essa tentativa de DESTRUIR PULMÕES VERDES irá ser concretizada? A POPULAÇÃO, ainda inerte, GOSTARÁ DE SABER A SUA RESPOSTA, a da Secretaria do Meio Ambiente e da Câmara de Vereadores. Esperamos sua resposta, prezado Prefeito!

Vai virar asfalto?

E a Corsan foi entregue por 4,1 bilhões! Precinho “mui camarada”, segundo alguns experts no assunto “água e saneamento”. Claro que até o mais imbecil dos seres humanos (os animais irracionais também têm plena noção disso) sabe, perfeitamente, que ÁGUA É VIDA e que jamais poderia ser vista como MERCADORIA e objeto de LUCRO. Mas, no Rio Grande do Sul e outros Estados, o governo vê como mercadoria e quer transformar boa parte do produto da “venda” (por assim dizer), em ASFALTO. Não é “interessante” essa medida?

Últimas

Primeira: Inacreditável! Em Porto Alegre querem, agora, privatizar até o Jardim Botânico, além do serviço de transporte público da Carris. Não, não ouvi, vi ou li alguma “autoridade competente” falar que iria colocar GENTE COMPETENTE para administrar essas coisas públicas. Para eles, oferecer ao LUCRO PRIVADO “é melhor”;

Segunda: Já escrevi na Coluna que passou da hora de se PRIVATIZAR PREFEITURAS, GOVERNOS ESTADUAIS e FEDERAL. Sim, pois, pelo andar da carruagem, esses setores públicos serão transformados em DEPARTAMENTOS DE PESSOAL do povo brasileiro;

Terceira: E não é preciso muito para se chegar a essa conclusão. O quê, realmente, AINDA é de responsabilidade dos governantes? saúde, educação, segurança pública, rodovias, atrações turísticas, etc., já são melhor avaliadas se entregues à “iniciativa privada”. Por que, então, não se entrega TUDO a ela?

Quarta: E algo que já está caindo de madura há CINCO DÉCADAS é a REFORMA ADMINISTRATIVA. Agora, o assunto volta à pauta. Aposto, porém, que nada será feito, apesar de até as pedras saberem que ela é de vital importância para o Brasil, mais do que a tributária. Municípios, Estados e a União serão, brevemente, administradores de pessoal;

Quinta: Um vereador de Alegrete foi cassado porque exigia parte dos salários de assessores do seu gabinete, além de usar a equipe para fins pessoais, como pagamento de contas suas e de familiares. Interessante! Parece que já vimos esse filme, né? Mas, o nosso continua sem “sinopse”;

Sexta: Lula, “macaco velho” da política brasileira, não está se “fazendo de difícil” e querendo “nova política”. Está abraçando o tal de “CENTRÃO”. Ele sabe que não governará SEM essa gente toda, composta pelo MDB e ARENA (e seus desdobramentos pós-Constituição de 1988);

Sétima: Segundo o técnico Renato, “Luan estava no fundo do poço”. Deveria estar, mesmo, ganhando “só” 800 mil por mês e não jogando no Corinthians. Feliz e de bem com a vida está o “seu Pedro”, que ganha R$ 1.320,00 por mês de aposentadoria e gasta só R$ 650,00 em remédios, não é mesmo?