Preconceito e hipocrisia
O episódio vivido pelo jogador Tinga, do Esporte Clube Cruzeiro de Minas Gerais, quando do confronto pela Libertadores da América, no Peru, com o Real Garcilaso, foi emblemático. No mesmo dia, pela TV, e nos dias posteriores ouviu-se, leu-se, viu-se dezenas, centenas de manifestações na imprensa e nas redes sociais abominando as escancaradas manifestações racistas por parte de torcedores peruanos. Tudo “politicamente correto”, obviamente. Claro que uma insignificante minoria tentou amenizar o fato alegando o comportamento do jogador que, não raramente, se recusava a tirar fotos ou conceder autógrafos aos torcedores do Clube pelo qual atuava. Mas, isso nada representou no todo. O que chamou mais a atenção foi o fato de todos – até mesmo ao ligustros das ruas de Bento Gonçalves que foram abatidos porque causavam “alergia” – estarem carecas de saber que o racismo existe no Brasil, do Oiapoque ao Chuí.

Preconceito e hipocrisia II
Sim, ele existe e pode ser percebido, notado em qualquer lugar, basta se prestar um pouco de atenção. Muito mais gente do que se possa imaginar alimentam esse sentimento. E não se pode dizer que brancos, pretos, amarelos (asiáticos) ou vermelhos (indígenas) são mais ou menos racistas. Nenhum deles pode falar por toda a raça, afirmando o que quer que seja, quanto menos que não há racismo em qualquer delas. Certamente o sentimento amenizou muito nos últimos anos. As manifestações racistas passaram a ser penalizadas com alguma severidade em muitos países. Mas isso não acabou com o racismo, apenas fez com que as demonstrações e manifestações diminuíssem. Traduzindo o que entendo, o preconceito arrefeceu, mas a hipocrisia recrudesceu. Muitos continuam iguais ou mais racistas, apenas se contém mais para não demonstrar, temendo as penalidades advindas.

Prefeitos em sinuca?
O Prefeito Guilherme Pasin, jovem, cheio de vontade de trabalhar, mas talvez não com toda a experiência, a malandragem (no bom sentido, é claro) que um cargo político dessa envergadura exige, a exemplo do que passou seu antecessor, Roberto Lunelli – este apenas com mais idade, mas também jovem. Entendo que a sinuca em que muitos prefeitos estão colocados tem várias razões. Reputo como uma das maiores sinucas as coligações (ou “adesões”, como gosta de comentar o advogado Carlos José Perizzolo, no alto de toda sua vasta experiência política). Sim, graças a uma Constituição e legislações posteriores por demais permissivas, hoje temos mais de trinta partidos. Alguns expressivos, outros “de aluguel”, criados para obter dinheiro do Fundo Partidário e para “negociar” espaço em rádio e televisão.

De bico?
Pois é, a sinuca de bico é uma jogada em que o adversário está colocado em situação dificílima para jogar e sair dela. Imaginemos como pode se sentir um prefeito, um governador, um presidente que se vê compelido a fazer coligações com vários partidos e, depois, “é obrigado” fazer concessões, mesmo que não concorde ou goste delas. Oferecer cargos de confiança em troca de apoio político é uma das “jogadas” que podem deixar os chefes do executivo nessa situação de sinuca. Há vereadores, deputados, parlamentares, enfim, que também “negociam” apoio em troca de benefícios pessoais – financeiros ou políticos. Sim, os chefes do executivo se veem numa sinuca de bico de altíssima dificuldade, tipo assim, com três quintos da bola branca dentro da caçapa, quase caindo e a bola da vez na outra boca com mais duas no meio, deixando-a inatingível por qualquer jogada convencional. Entendo que o jovem prefeito Guilherme Pasin gostaria que fosse diferente para que pudesse administrar “do seu jeito”. Estarei errado, Prezado Prefeito?

Ainda não tinha acabado?
Pois é, para estupefação de qualquer pessoa que pense um pouco no coletivo e menos no individual ou em grupelhos, a “farra das emancipações” havia acabado. Mas, não, sempre existe um “boi corneta” de prontidão para usufruir de benesses político-eleitoreiras. Está no Congresso Nacional, para votação, o veto da presidenta Dilma que impede que se criem MAIS CENTO E OITENTA E OITO MUNICÍPIOS DO BRASIL. Acreditem, o Congresso Nacional havia aprovado essa excrescência. Imaginemos mais 188 prefeitos, milhares de vereadores e funcionários concursados e em cargos de confiança usufruindo do dinheiro de nossos impostos. Agora que o fato foi publicizado, espera-se que nosso mui leal e valoroso Congresso Nacional MANTENHA O VETO PRESIDENCIAL, não permitindo, assim, mais 188 cabides de emprego. Os fundos de participação dos municípios, estaduais e federal, agradecerão não ter que dividir ainda mais o bolo.

ÚLTIMAS

Primeira: Qualquer colorado, de qualquer idade, sabe que o Beira-Rio ainda estaria em ruínas se não fosse a mão amiga da Presidenta Dilma. Ela inaugurou, simbolicamente, o estádio nesta quinta-feira;
Segunda: E qualquer colorado sabe, também, que a conta da reforma será paga pelo Inter pelos próximos vinte anos, a exemplo da Arena pelo Grêmio;
Terceira: A diferença é que a Arena foi construída sem dinheiro público. Já o Beira-Rio não pode dizer o mesmo. Espera-se, agora, que o povo gaúcho e brasileiro não tenha que pagar mais um conta do Beira-Rio: as estruturas temporárias;
Quarta: Certamente, o zeloso ministério público, tão presente e atuante em todo o projeto Arena do Grêmio, não deixará por menos o “caso Beira-Rio”. Ou deixará?
Quinta: Os leitores da revista Veja, o maior panfleto político-partidário do Brasil, deveriam ler, também, a Revista IstoÉ, a Época e a Carta Capital. Certamente poderiam confrontar as “informações” de todas, não ficando bitolados pelo monopólio informativo;
Sexta: Não raramente, as reportagens da Veja beiram e até ultrapassam os limites do ridículo, tamanha é a força que faz para esconder fatos;
Sétima: A comunidade bento-gonçalvense ficou chocada com o brutal assassinato do Régis Gobatto. Um comerciante que ganhava seu pão de cada dia trabalhando bem mais do que 10, 12 horas por dia, foi abatido a tiros por assaltantes;
Oitava: É por essas e por outras que insisto tanto na necessidade de se mudar a atual Constituição e legislações nela baseadas. Marginais da pior espécie são soltos graças a essas leis permissivas. Gobatto foi morto por esses “beneficiados”;
Nona: Para amenizar, falemos de Fenavinho. Não seria mais do que hora de visitarmos os caxienses, experts em FESTAS – a Festa da Uva é a prova-provada disso -, para aprender como se faz FESTA?
Décima: Damos lições em FEIRAS – Movelsul, Fimma, Casa Brasil, Expobento, Vinotech, etc – mas temos muito a aprender no tocante a Festas. Vamos aprender?
Décima-primeira: E o Esportivo venceu o Brasil de Pelotas quinta-feira. Importante resultado que surpreendeu a todos. Agora o estado anímico fará com que todos deem corpo e alma para fugir do rebaixamento, certamente;
Décima-segunda: Terça-feira é dia de Libertadores. É dia de Grêmio na ARENA DO GRÊMIO. Lugar de gremista é na Arena.