A HISTÓRIA DA “CRISE”…

Tenho lido coisas nos últimos 12 meses que me deixaram preocupado e exigindo que fizesse consultas, pesquisas, análises e estudos. Afinal, “renomados economistas”, vários ligados aos grandes meios de comunicações – TVs, jornais, rádios e revistas – cuja credibilidade perante a população (não toda, é claro, porque ainda há vida inteligente fora da “opinião publicada”) leva muita gente a fazer afirmações “categóricas”. Como é hábito meu nunca acreditar no que leio, ouço ou vejo sem antes BUSCAR A CONFIRMAÇÃO de notícias ou informações, por vezes fiquei perplexo com o que li, vi e ouvi em vários momentos. Quanto se ouviu falar em “crise” nos últimos anos? Não a verdadeira crise, aquela que começou nos Estados Unidos e contaminou toda a Europa, levando países à quase falência. Pois é, mas essa quebradeira toda não conseguiu atingir o Brasil. O ex-presidente Lula disse que o tsunami da crise chegaria como uma “marolinha” (aquelas ondas pequeninas que batem nas praias em locais de mares não abertos). Obviamente, os “economistas experts” e políticos de oposição deitaram e rolaram na gozação ao ex-presidente.

…QUE NÃO CHEGOU…

A economia de vários países foi destroçada, inclusive a dos Estados Unidos. O Brasil, apesar de tudo, conseguiu se manter uma tanto quanto distante da crise. Entretanto, a partir do segundo semestre de 2012, os “economistas” da grande imprensa começaram um grande campanha “pró-crise” no Brasil. Suas previsões de aumento descontrolado da inflação exigiria aumento na Taxa de Juros (Selic) como elemento para mantê-la sob controle. Insistiram tanto que até alguns aumentos de preços sazonais – como o do tomate, por exemplo – foram utilizados como “vilões” da inflação e afirmações de que “o governo não está agindo no seu controle” eram diárias. Encheram tanto o saco que a Taxa de Juros, que havia chegado ao mais baixo patamar da história do Brasil, passou a ter elevações mensais. E insistiam eles na tal de “crise”. Não tivesse o governo sólidas diretrizes e teriam sucumbido totalmente aos “interésses” dos “economistas”, os pit bulls da grande imprensa a soldo dos “donos do Brasil”. A inflação subiu um pouco além do teto da meta, chegando a percentual inferior a 50% do que estava em dezembro de 2002. Mas, era – e ainda é, pelo menos até as eleições do ano que vem – necessário que a “crise” viesse forte, com recessão, desemprego, juros altos, economia estagnada. E aí?

…MAIS OU MENOS ASSIM:

Pois é, essa historinha que se tornou emblemática nos negócios e nas administrações pública e privada se encaixou como uma luva de pelica no Brasil. Penso até enviá-la aos “experts” em economia e administração para que relembrem dela e se situem, antes de pagarem micos homéricos como têm acontecido. Leia-a, por favor, e constate se não é exatamente o que está acontecendo. Eis a história:

“O HOMEM DO CACHORRO-QUENTE”

“O homem que vendia cachorros quentes à beira da estrada tinha problemas de audição por isso não ouvia rádio. Tinha problemas de visão e por isso não lia jornais nem via televisão. Mas o homem vendia bons cachorros quentes. Colocava sinais na estrada a indicar a sua barraca. Toda a gente gostava dos cachorros quentes do homem. Com o passar do tempo, ele comprou uma barraca maior, e começou a andar pela região a vender os seus cachorros quentes, que toda a gente adorava e comprava. Melhorou a receita dos seus cachorros quentes e ainda mais pessoas compravam os seus cachorros, porque toda a gente os adorava. Ao seu filho, que acabara a universidade há pouco tempo, o homem pediu para ajudá-lo no negócio, para vender mais cachorros, porque toda a gente gostava dos seus cachorros e ele não tinha mãos a medir. O seu filho, informado e educado virou-se para o pai e perguntou: Você não lê os jornais? Não vê televisão? Não ouve rádio? Não sabe que estamos à beira de uma depressão económica, que as pessoas estão perdendo seus empregos, há falta de dinheiro em todo lado? Não sabe que estamos vivendo uma recessão?”.

“O HOMEM DO CACHORRO-QUENTE” II

Seguindo os “abalizados” ensinamentos do filho – certamente um “expert” no assunto – o processo continuou: “…O homem acreditou no filho. Afinal, o filho tinha estudado na universidade e estava informado porque via televisão, lia jornais e ouvia rádio. O homem deu ouvidos ao filho e começou por vender a barraca que tinha comprado recentemente. Retirou os sinais da estrada a indicar a barraca de cachorros. Desistiu da nova receita de cachorros, pois tinha ingredientes especiais e mais caros. De um momento para o outro, o negócio dos cachorros entrou em declínio. O homem deixou de vender tantos cachorros, começou a ter falta de dinheiro e teve de encerrar o negócio. O homem, virou-se para o seu filho e disse “Filho, tinhas razão. Estamos mesmo numa depressão. Agora vamos esperar que passe e pode ser que se volte a abrir a barraca dos cachorros quentes um dia.” Moral da história? O pensamento negativo é contagiante e leva as pessoas a tomar as piores decisões nos momentos mais críticos. Resta saber, portanto, quantos brasileiros acreditarão na “crise” e terão que encerrar seus negócios. Quem viver, verá!

A CRISE BENTO-GONÇALVENSE

Aqui, em Bento, vivemos também uma crise. A crise da impunidade, da falta de fiscalização e de educação no trânsito. Pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas em grande quantidade – bem mais do que seria lícito se esperar – estão, simplesmente, ignorando leis, regras e formas de conduta basilares no trânsito. O número de vítimas, fatais ou não, já atingiu patamares intoleráveis. As infrações de trânsito são uma constante. Basta uma breve voltinha por aí para se constatar a total alienação desses elementos todos que compõem o trânsito. Pedestres andando sem o menor cuidado; ciclistas pedalando de uma forma que aparenta se julgarem indestrutíveis; motociclistas sem a noção devida de que seu para-choque é o próprio corpo e motoristas que fizeram autoescola e se julgam os “melhores motoristas do mundo” e, por isso, dispensados de obedecer as leis e resoluções que norteiam o trânsito. O resultado é o que se constata: atropelamentos, choques, batidas, quedas, mortos e feridos. Insisto, Prefeito Guilherme Pasin: o que Bento Gonçalves está precisando, com URGÊNCIA, é mais agentes de trânsito trabalhando e MENOS cargos de confiança (regiamente remunerados, diga-se). Ah, sim, sei: eu e o povo que nos danemos. Ninguém da Prefeitura dará explicações. Como sempre. E dê-lhe abusos, acidentes, mortes…

ÚLTIMAS

Primeira: Há luz no fim do túnel, afinal. O Ministro do Supremo Tribunal Federal não “jogou para a torcida”, não se submeteu ao desejo da “grande imprensa”, seus pit bulls e partidos políticos, julgando o que lhe cabia com fundamento técnico e jurídico;

Segunda: Da mesma forma que no ano passado, assisti ao seu pronunciamento e voto. Celso de Mello foi catedrático, isento. Ano passado condenou todos. Agora seu voto e de mais cinco possibilita aos réus o mais elementar dos direitos: o de ampla defesa;

Terceira: Celso de Mello não absolveu ninguém. Até penso que manterá as condenações após a apresentação dos embargos. Só o fato de permitir a defesa já foi uma grande coisa;

Quarta: Na verdade, os embargos prejudicarão os petistas, já que o julgamento de vários processos contra alguns antipetistas não serão julgados ANTES das eleições, beneficiando-os;

Quinta: E o que foi a baixaria de alguns setores da imprensa? Declarações de “um corrupto a menos”, festejando a morte por câncer de Luiz Gushiken, que foi absolvido pelo STF, foram nauseabundas;

Sexta: Já têm muitos políticos com as barbas de molho, depois da cassação do mandato de deputada carioca que recebia retorno de parte (68%) dos salários de seus funcionários;

Sétima: Há muitos políticos contratando funcionários com essa condição Brasil afora. Essa gentalha – ambos, porque corrupto é que recebe e quem paga – precisa ser erradicada. Denunciar é preciso;

Oitava: Já ouvi dizer que há funcionários que fazem empréstimos bancários em seu nome para antecipar o “retorno” a quem os emprega no serviço público. Será verdade?

Nona: Alguém já percebeu as novas sinalizações de trânsito em Bento? Recebi fotos. Até vasos e engradados são usados para “garantir vaga de estacionamento”.

Décima: Não bastam cordões de calçada pintados de amarelo pelos “proprietários” das vagas. Agora colocam esses objetos. E alguém sabe se as vagas para idosos e deficientes físicos estão sendo respeitadas e fiscalizadas?

Décima-primeira: Um motorista bento-gonçalvense ligou dando uma sugestão: que o Departamento de Trânsito da prefeitura contrate a pessoa que sincronizou as sinaleiras de Caxias do Sul, já que em Bento não temos entendidos no assunto;

Décima-segunda: Sábado próximo teremos as eleições para renovação do Conselho Deliberativo do Grêmio. Dia 16 encerrou a votação pelo Correio, mesmo que muitos sócios não tenham recebido o envelope;

Décima-terceira: Os que acompanham essas eleições constataram que não ficam a dever às eleições político-partidárias. Possuem todos os mesmos ingredientes;

Décima-quarta: Com relação ao time do Grêmio, percebi grande número de gremistas que já entenderam que não conquistará nada neste ano. Dizem que o time não corresponde dos gastos e salários pagos. E hoje, às 21h, enfrenta o Vitória, em Salvador. Vencerá?