A Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou o alerta para o nível máximo e decretou emergência internacional devido ao mpox, uma infecção viral que causou um novo surto na República Democrática do Congo. Este é o mais alto nível de alerta da OMS e a segunda vez em dois anos que a entidade faz tal declaração sobre a doença.

De acordo com a OMS, a decisão foi tomada em razão do surgimento de uma nova e mais contagiante variante do vírus mpox. Desde o início do ano, foram registrados globalmente mais de 14 mil casos da doença e 524 mortes, com a infecção se espalhando para países vizinhos na África e alcançando a Europa e a América do Norte. O alerta máximo tem o objetivo de preparar as autoridades de saúde para um potencial surto global.

O mpox, que anteriormente teve seu status de emergência suspenso em maio do ano passado após a propagação estar controlada, apresenta agora um risco crescente devido à sua nova variante. A infecção é caracterizada por febre, dor de cabeça, dores no corpo e erupções cutâneas que começam no rosto e se espalham pelo corpo. O ciclo da doença pode durar entre 14 e 21 dias.

Brasil vai criar comitê para monitoramento de casos

No Brasil, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou que o governo formará um Comitê de Operação de Emergência para enfrentar a disseminação do mpox. “Nós vamos instituir um Comitê de Operação de Emergência, envolvendo o Ministério da Saúde, Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], conselhos de secretários municipais e estaduais de saúde”, afirma. A ministra ressaltou que, apesar da gravidade da situação, o momento é de alerta e não de alarme. “Vamos analisar questões como a vacina e outras medidas de enfrentamento”, acrescenta.

Entre as ações previstas estão a aquisição de testes de diagnóstico, alertas para viajantes e atualização dos planos de contingência. Embora vacinas contra a mpox tenham sido administradas no passado, não há previsão de uma campanha de imunização em massa no momento. A utilização das vacinas será avaliada conforme o progresso da doença e a eficácia contra a nova variante.

Dados do Ministério da Saúde indicam que, em 2024, foram notificados 709 casos de mpox no Brasil e 16 óbitos. Apesar do aumento global, a avaliação atual é que o risco para o Brasil é considerado baixo. O país já havia iniciado a vacinação para grupos de risco no ano passado, mas a eficácia das vacinas contra a nova variante ainda está sendo estudada.