O plantio dos pequenos vinhedos de cada família era feito em terreno já cultivado, ou logo após o desmatamento, ainda com a superfície coberta de tocos da floresta recém queimada.

A fertilidade do solo, a umidade e o sol quente do verão da serra, aliados ao vigor natural da videira, faziam as plantas se desenvolverem e crescerem admiravelmente, com seus longos galhos e enormes folhas robustas. O agricultor, prazerosamente, vinha tendo o espelho de uma nova e promissora cultura para toda a região Colonial Italiana. E o tempo demonstrou que ele não havia se equivocado.

A frutificação e as primeiras colheitas eram fartas e as videiras se desenvolviam sadias e vigorosas a tal ponto que as vezes, em certos lugares, eram apanhados por geadas tardias e, mesmo assim, voltavam a rebrotar com novos e abundantes cachos de uvas.

O entusiasmo dos agricultores era muito grande e, seguramente, a videira foi o bálsamo e o reencontro do imigrante com sua terra de origem que lhe deu ânimo e vontade para construir aqui sua nova Pátria.

Os vinhedos, no início, eram pequenos porque a mão de obra era escassa na época, em virtude das famílias serem muito jovens e pequenas, e precisava ser utilizada primeiramente para a derrubada da mata, a construção das casas, benfeitorias, igrejas, moinhos coloniais, estradas e produção de gêneros alimentícios com: trigo, feijão, cevada, batatas, hortaliças e criação de animais, como aves, suínos e gado leiteiro.

Com o aumento das famílias, a melhoria das condições de vida e o desenvolvimento da promissora cultura da videira, tornou-se necessária e possível a construção de novas casas, com maior espaço e mais comodidade. Continuavam sendo de madeira serrada e coberta de tabuinhas (scandole), tendo, entretanto uma nova figura: O porão (la cantina) e em algumas o sótão (no último andar, para secar os grãos).

O porão teve como uma das causas preponderante de seu surgimento, a elaboração, o desenvolvimento e a guarda do vinho nas pipas, vinho este que deveria durar e abastecer o consumo da família até a colheita do ano seguinte.

As pipas de madeira exigiam espaço relativamente grande, daí a necessidade do porão da casa como elemento característico da vida e dos hábitos dos imigrantes italianos, imitando na nova terra, os costumes da Pátria de origem e facilitando assim, a assimilação de um novo país.

A uva era colhida, colocada em balaios feitos pelos agricultores, com vimes ou cipós do mato. Era esmagada em esmagadoras de madeira, construídas por eles mesmos. A fermentação se processava em pipas de madeira e todas as operações de vinificação eram feitas pela própria família.

O imigrante havia encontrado finalmente um fator importante e decisivo para sua fixação definitiva para a nova Pátria.

APLAUSOS PARA QUEM MERECE… AO QUE SOMOS HOJE…