O momento financeiro não está favorável para os setores de comércio, indústria e serviços. Os números não são bons, os cálculos não estão fechando e as demissões estão em massa. Entretanto alguns empresários viram uma solução no fim do túnel. Os resultados assustam os economistas e fazem o setor judiciário procurar respostas para tantas perguntas. O problema é que o número de pedidos de recuperação judicial por meio de empresas bateu recorde neste primeiro bimestre de 2016 no País. As solicitações passaram de 116 entre janeiro e fevereiro de 2015 para 251 nos dois primeiros meses deste ano. O que resulta num avanço de 116,4% e este também é o maior valor acumulado do primeiro bimestre desde 2006, segundo dados do Indicador Serasa Experian de Falências e Recuperações, da Serasa Experian.

Na análise por porte de empresa, as micro e pequenas empresas lideraram os requerimentos de recuperação judicial, com 150 pedidos judiciais, seguidas pelas empresas de médio porte (58) e pelas grandes (43). Segundo especialistas um dos fatores para o aumento de pedidos é a má administração das empresas e para a Serasa Experian, a explicação é a ampliação do quadro recessivo da economia brasileira aliada à elevação dos custos operacionais e financeiros. O economista e especialista em Recuperação Financeira, Imerio Corbelini, também acredita que a crise instaurada no País, juntamente com a instabilidade política é uma das grandes causadores deste aumento. “Com a atividade econômica em baixa, as empresas não conseguem atingir o nível de faturamento necessário para pagarem em dia seus compromissos e isso acaba provocando o endividamento”, afirma Corbelini.
Os pedidos de Recuperação Judicial não estão tão distante do Rio Grande do Sul e menos ainda de Bento Gonçalves. Uma das maiores empresas do setor de Componentes Automotivos encontrou dificuldades em meados de 2014 e foi no ano passado que decidiram mudar o cenário econômico-financeiro que até então estava assolando funcionários e diretoria. A 1ª Vara Cível de Bento Gonçalves aceitou o pedido de Recuperação Judicial feita pela Farina S/A Componentes Automotivos, em 2015. Para a empresa, as dificuldades aumentaram repentinamente e foi com a crise econômica que se agravou no ano passado, que fez com que seus dirigentes tomassem a decisão. Enfim, na última sexta feira, 11, foi aprovado o plano de Recuperação Judicial e entre 10 a 15 dias a empresa começará a colocar o plano em prática.

A Ditália Móveis, também entrou com pedido em 2015 e demitiu mais de 65 funcionários. Nesta semana a Volpato (Lojas Volpato, Rede Varejo Brasil Eletrodomésticos e Volpato Administração e Participações S.A) entrou com a solicitação de Recuperação Judicial, porém, até o fechamento desta matéria, o juiz Gerson Lira ainda não havia deferido o pedido.

Leia mais na edição impressa do Jornal Semanário deste sábado, 12 de março.