Todos adoramos sobremesas. Em nossa região de italianos o sagu faz parte do quotidiano e o amendoim fica mais para as rapaduras, pé-de-moleque, paçoquinha e festas de aniversário. De minha parte sou pelo amendoim, embora o taxem de “doce de pobre”. E daí?
No Di Paolo da Pipa Pórtico, ex “Canta Maria”, almoçávamos com clientes visitantes e decidiram pelo sagu em função de nossas prestativas referências a deliciosa sobremesa. Repetiram o prato, um com e outro sem o creme.
Estes clientes, proprietários de terras no Rio de Janeiro, pediram para levar sagu e mandamos comprar no APOLO e levaram alguns pacotinhos em sua bagagem de mão.
Meses depois veio o telefonema:
– “Sabem: talvez a gente não tenha feito direito mas plantamos as bolotinhas e não nasceu qualquer pé de sagu”.
Virgem Maria! Que desconhecimento: SEMENTES DE SAGU!?!
Não é de estranhar pois até a Gabriela, gente culta e instruída de nossa Bento Gonçalves, ao visitar Cotiporã, queria conhecer uma “planta de sagu”.
Muita coisa a escola declina de ensinar pois é aprendizado de vida: que o neném vem da barriga da mamãe e não da cegonha; que o vinagre é derivado do vinho; que o sagu é produto da mandioca; que o papel vem da madeira (celulose) e outras obviedades.
De minha parte, também nascido e criado em Bento Gonçalves, já procurei ÁRVORE DE AMENDOIM. Já cinquentão fui “descobrir” que amendoim nasce debaixo da terra. Santa ignorância!
Há poucos dias conheci a “faca de ponta torta” para colher aspargos. Nem sabia como se plantava e, confesso, surpreendeu.
Podem até achar CULTURA INÚTIL conhecer estas coisas mas nunca é demais saber que bolotinha de sagu não é semente. No mínimo não se passa vergonha.
Para finalizar: prefiro os produtos originais ao invés da sobremesa de sagu: aipim, frito com salame, e vinho.
E o amendoim: que venha como vier!