O QUE SE PASSA?
Sexta-feira, outono, pós-feriado de Santo Antônio, um clima de nostalgia paira no ar no agora Parque de Eventos, silêncio sepulcral. Dentro dos Pavilhões, o Vice-Presidente da República, o Gal. Mourão, de quem eu gosto muito, não por ser General mas por ser um homem sereno, bem formatado, líder. Na sua chegada nostálgica, nem um ar de festa, uma banda, crianças, colegiais, tudo como teria determinado Darcy Pozza se estivesse aí. Mourão vai encontrar um Município em paz, cercado de droga por todos os lados, mas em paz, ainda incapaz de eleger um Deputado porém que recebe bem, bem demais eu diria e, assim, nós vamos vivendo com muito bem querer para com as pessoas. Ao passar pelos Pavilhões o General deve ter observado muita organização, muito bom gosto e qualidade na apresentação. Embora gessados, Expobento e Fenavinho tem um padrão superior. Perguntará talvez Mourão, “e o vinho encanado?”, alguém lhe responderá “ foi um rio que passou na vida desta Fenavinho”, como diria um sambista. “Um simples detalhe, propaganda enganosa”, diriam o Vereador Camerini e os críticos severos. Vamos em frente, Caxias já anunciou que, Festa da Uva só em 2021, levaram uma ressabiada, o Prefeito deles não quer nem saber, investimento zero na Festa, ao contrário do nosso, alto investimento na festa, tão de “ronha” e maledicências por todos os lados lá em “Caxia”. Nós estamos em paz, organizados, construtivos, quem sabe em 2020 seja o retorno, não de um ensaio, mas de uma grande Fenavinho, jogando a Expobento para o ano da Festa da Uva, 2021, ou as duas juntas em 2020, como queiram. O que se passa na cabeça do CIC, agora também uma multi empresa promotora de eventos? Vai saber.

ESTRADAS
Inventaram uma greve, Santo Antônio deve estar pensando, “prá cima de mim?”, não sei nada sobre ela, estou isolado, hibernando em momentânea precariedade de saúde, só sei que bloquearam as estradas, queimaram pneus, tentaram constranger o direito de ir e vir, não querem as reformas, querem o caos, esses movimentos demonstram que a atividade parlamentar é carente, vive em torno do interesse de emendas que dão votos, o interesse Brasil nada a ver, nada a ver também os 14 milhões de desempregados, o endividamento de 70% das famílias brasileiras e o caos social.

Protestos em estradas me fazem pensar que os grevistas poderiam aproveitar o tempo do protesto para tapar os buracos de rodovias que estão com crateras por falta de dinheiro da república e estados falidos. Me causa dor constatar que Paulo Caleffi, um de nossos grandes líderes que, por deferências de Danrlei, deverá assumir por quatro meses como Deputado Federal, tenha declarado que sentiu vergonha das condições de nossas estradas, em particular a São Vendelino. Pode não ter sido causa determinante, mas contribuinte para que a próxima TRANSPOSUL seja realizada em outro local que não Bento, como já foi decidido.

Mas a vergonha de Caleffi deve ter sido acrescida, com reflexos em mim também, que buracos da São Vendelino tenham sido tapados por uma ação conjunta dos Prefeitos de Barbosa e Garibaldi, beneficiando inclusive Expobento e Fenavinho. Constrangimento. De resto vamos aguardar que o Governador ponha em prática, como anunciou, as tais de parcerias público-privadas ou os pedágios, sem o que, disse ele, o estado não tem dinheiro para recuperar rodovias. Até lá, como isso vai demorar, vá de Waze, clique “buracos” e saia feliz.

AS DROGAS E O EXTERMÍNIO
Não se tem ouvido, pelo menos é um fato raro, que Caxias, 500 mil habitantes, município também envolto em problemas de drogas, tenha seus traficantes se exterminando. Santa Cruz do Sul, com PIB e população quase que equivalente ao de Bento, tem o mesmo problema, número de assassinatos, flagelo social, avanço de criminalidade. Ouvi atentamente a entrevista do Delegado Álvaro, questionando sobre o que está acontecendo em Bento. Entrosamento Polícia-Brigada é bom, palavras do Delegado, três facções de traficantes disputam o mercado de Bento, os “bala na cara”, mais uma facção rival que é vinculada ao “comando vermelho” e a facção dos “aprendizes de feiticeiro” que é a de Bento. Disse ainda o Delegado que “bento atrai traficantes pelo seu poderio econômico, o consumo é muito alto”.

Questionado, o Prefeito Pasin disse, interpretação minha, “que nada gente, paz e amor, essas questões são pontuais, é briga por ponto de venda, não podemos misturar as coisas, não estamos falando de uma cidade perigosa, tem apenas o problema da droga, temos que botar o dedo na cara do usuário de drogas, aquele das classes média e alta”. Ei Prefeito, desça à terra, somos todos aculturados, uma maneira de resolver o problema é admitirmos que ele existe e que a droga está determinando uma série de crimes correlatos que assusta e intimida a população. Com medo, nos retraímos, ficamos tensos, deixamos a cidade triste, intimidada. Temos seis bairros carentes e os jovens, oriundos destes bairros vão conseguir emprego onde? E o que eles vão fazer então? Ao refletir sobre o que o Prefeito disse fico a pensar “com os meus botões”: quem consome drogas nessa “mui” leal, bonita e trabalhadora Bento? Os operários das fábricas? Os assalariados? A classe média? A classe rica? Os estudantes? A classe média jovem consome droga para fazer o que? Ir a bares, aos clubes, aos motéis, às festas de rua? Às domingueiras? Nos parques, que parques? E a classe rica, consome droga porque? Para ter prazeres eróticos, para suportar estresses? Seja lá o que for a solução passa pela erradicação do tráfico. Querem saber como? Não vou contar agora, acabou o espaço. Foi uma coluna catarse. Não gostou? Escreva a sua.

Ou vá conversar com o Gal Mourão, ele lhe dirá: “meu filho, conversa não ajuda muito, é preciso mais ação, é preciso reformas, a sociedade brasileira está naufragando”. Ou vá falar com o Radicci que lhe dirá: “meu filho, o diabo tomou conta, o negócio é rezar”.