Para quem vem acompanhando esta coluna não ficou surpreso com a manchete de capa de uma das principais publicações mundiais sobre economia, a revista inglesa The Economist. Contrariamente à capa de novembro de 2009, quando anunciou que o Brasil estava decolando ( melhorando, crescendo ), agora, na capa da revista, edição de 28.09.13, a manchete é totalmente diferente e muito preocupante ( não para os que acompanham esta coluna, é claro ). A revista muda o tom e pergunta: O BRASIL ESTRAGOU TUDO?

Nesta publicação de setembro/2013, a revista traz que, embora algumas situações no Brasil tenham melhorado, principalmente depois do começo dos anos 90, o país não tem sabido fazer a lição de casa, ou seja, tem deixado de fazer muitas coisas que poderiam contribuir para que, realmente, o país conseguisse alçar vôo mais alto.

Venho dizendo neste espaço que os presidentes e governadores, principalmente, não vem fazendo as coisas certas. Os impostos são muito altos, a burocracia é alta, os investimentos em infraestrutura são insuficientes, há corrupção em todos os níveis, a educação, a saúde, os transportes públicos, a segurança são precários, a negociação de cargos em troca de votos é nefasta para o futuro do Brasil. Fui mais além dizendo que todos os governantes somente pensam nas próximas eleições e ninguém faz reformas mais profundas que ajudariam o país a crescer mais solidamente. Disse também que há coisas boas como a tentativa de redução da taxa de juros ( o que já mudou totalmente ), as tentativas de melhorar a educação, a iniciativa com o pré-sal, entre outras boas iniciativas.

A revista enfatiza o crescimento dos anos 90 e 2000, que o país sentiu pouco a crise de 2008, que cresceu 7,5% em 2010 mas que parou. Cita como pontos importantes o combate à inflação, a abertura do comércio ( não concordo pois o país aumentou muito o protecionismo via aumento da taxa de importação de muitos produtos ), o aumento dos preços da commodities que ajudou o país, o aumento do crédito, o aumento do consumo e os programas de transferência de renda do governo para a população via bolsa-família.

Segundo a The Economist, o Brasil não fez a reforma trabalhista na redução dos encargos sociais, afastou investidores por mudar muitas vezes as regras para a concessão de obras de infraestrutura, não reduziu os impostos que representam 36% do PIB, fez pouco para ajudar as empresas na melhora da produtividade e não fez nenhuma reforma política. Traz que ainda há tempo para a Dilma começar a mudar o país de verdade mas que o custo Brasil é um entrave enorme.

Bem, 2014 vem aí, eleições e tudo mais. Será que os governos farão o dever de casa? Continuo duvidando. O povo já mostrou que pode mudar o país, como em junho/julho deste ano. Somente com uma maior participação popular poderemos mudar para melhor este Brasil.

Pense nisso e sucesso.