Mostra, que traz obras de artistas de todo estado, fica em exposição até o dia 8 de agosto
Desde esta terça-feira, 4 de julho, o Museu do Imigrante recebe uma exposição especial. “Um olhar sobre o passado” traz mais de 40 obras, de artistas de todo o estado, que dialogam e ajudam a contar sobre a trajetória que fez a história do município.
A curadora da mostra, Ana Zavadil, explica que as obras, que estarão em todo o ambiente dialogam com o acervo. “A exposição tem uma missão importante que é a de trazer obras de 46 artistas contemporâneos do estado para propiciar uma experiência única no contexto museológico. Além da sala de exposições temporárias, as obras vão se espalhar por todas as salas interagindo com mais de sete mil itens ali guardados, para juntos buscarem novos sentidos para ambas as partes e criarem armadilhas para a memória”, esclarece.
Ana salienta que a combinação de pinturas, objetos, fotografias, desenhos, gravuras, vídeos, instalações, arte têxtil, tapeçaria de recorte e bordado com os objetos do museu transformam a visão do espectador. “Pois esse espaço no tempo, dentro do qual surgiram cada um dos objetos, agora é transcendido ao ser reunido com as obras do presente. As estratégias do processo curatorial revelam aspectos até então não percebidos ao justapor peças singulares”, enfatiza.
Edson Possamai, artista visual de Bento Gonçalves e participante da exposição, foi quem ajudou a tornar possível a mostra. “Não entendo como se eu tivesse viabilizado a exposição em Bento, apenas fiz ligar os pontos! As grandes responsáveis são a Ana Zavadil e a Deise Formolo. A Deise por ceder o espaço tão generosamente e estar participando de todas as etapas do processo, e a Ana, que dispensa maiores apresentações. Como artista, me sinto privilegiado de estar perto das duas e poder ter trabalhos integrando a exposição”, revela.
Possamai comenta que já fazem alguns anos que tem exposto trabalhos juntamente com Ana Zavadil, em eventos que acontecem em diferentes cidades do estado e inclusive fora dele. “Com o tempo, a vontade de ter uma mostra com o porte das curadorias dela em Bento Gonçalves foi crescendo… até que, em um conversa sugeri a curadora essa oportunidade, que para minha felicidade, prontamente foi aceita!
A partir daí, veio a conversa com a Deise, museóloga responsável pelo Museu do Imigrante de Bento Gonçalves. Tinha certeza que o lugar e a pessoa certa para acolher a exposição seriam o Museu e a Deise!
Para minha felicidade, a Deise, como sempre, acolheu a ideia e embarcou na proposta! Pronto! Pontos ligados, data definida e uma exposição linda a caminho”, revela.
Ele aponta que a partir daí, a curadora propôs aos artistas convidados uma conversa, uma aproximação e/ou um movimento que trouxesse um algo como um paralelo entre o passado que pode ser “revisitado” por meio do Museu do Imigrante, seja pelo acervo ou próprio prédio.
“Essa aproximação sugerida aos artistas se dá por meio do trabalho, dos processos artísticos, das obras desses e do trabalho curatorial. Claro que a Ana tem maior propriedade para falar do conceito da exposição, mas para mim, como artista já presente em outras atividades da curadora, ficaram estas informações para a exposição do Museu do Imigrante: de como o meu processo artístico e, por consequência, meus trabalhos, minhas criações poderiam estar inseridas e ou associadas a esse contexto, a essa provocação”, analisa.
O visitante poderá se encantar em cada passo que der no espaço. “São mais de 40 artistas e dezenas de obras inseridas num espaço que respira e é história! São relações entre passado e contemporaneidade social e da arte que estão habitando e interagindo num mesmo espaço e tempo. São pinturas, esculturas, fotografias, instalações, objetos, enfim, uma mostra rica em contemporaneidade da arte, como todas exposições da Ana são. Considero como algo imperdível para a cidade”, conclui.
Fotos: Lucas Beltran / Divulgação