Veja quais os sintomas e como se prevenir da doença

A situação da dengue ainda é preocupante no município. O número de casos autóctones, ou seja, aqueles que foram contraídos dentro da cidade, chegou a marca de 113 (número contabilizado até o fechamento desta edição). Em março, o município e o Estado tiveram sua primeira vítima de dengue, uma mulher de 49 anos. Após isso, a prefeitura de Bento Gonçalves intensificou a campanha de prevenção.

A veterinária da Vigilância Ambiental, Analiz Zattera, conta quais as formas de prevenção tomadas pela vigilância sanitária da cidade. “As medidas são aquelas preconizadas no plano nacional de controle da dengue, onde existem inúmeras ações a serem realizadas, como: visitas aos imóveis; vistorias em pontos estratégicos; instalação de ovitrampas para captura de ovos de mosquito vetor, realização de “bota fora”, campanha de coleta de lixo reciclável em vários bairros e também pulverização com inseticida nos bairros onde se encontram pacientes com dengue”, aponta.

Analiz também conta que o motivo de tantos casos dentro da cidade ocorre por conta das temperaturas dos últimos invernos terem sido mais amenas, com as condições ambientais favoráveis, somado ao acúmulo de lixo reciclável e coleta de água de chuva sem os devidos cuidados. “A população também deve fazer a sua parte, retirando de todos os recipientes que possam acumular água nos arredores de casa e cuidar para que depósitos de armazenamento de água da chuva fiquem muito bem tampados. Calhas e lajes de casas devem ser constantemente verificadas”, indica.

O jornalista Ranieri Moriggi conta que contraiu a dengue em abril, em uma cidade há 50 km de Bento. Quando os sintomas da doença começaram, ele não fazia ideia que poderia ser dengue. “Quinta-feira tinha um evento para ir, e fui muito mal e enjoado, pensei que tinha sido algo que comi. Quando a atividade terminou, peguei o carro, mas não tinha mais forças”, revela.


Ele conta que se sentiu bastante mal no caminho para casa, e quando chegou, apenas conseguiu se deitar no sofá para dormir e, ao acordar no outro dia, precisava de ajuda até para caminhar. “Fui para o posto de saúde da cidade e já tinha uma fila enorme de pessoas com os mesmos sintomas que eu”, comenta. Após isso, ele fez o teste rápido já que apresentava diversos indícios da doença, positivou, e logo em seguida já começou o tratamento. Não havia um remédio específico, apenas alguns para melhorar os sintomas que sentia e a indicação era se hidratar bastante.


No terceiro dia, os sintomas chegaram ao pico e Moriggi ficou preocupado. “Me apavorei, porque não imaginava que um mosquito fosse derrubar uma pessoa de 1m93cm”, conta, dizendo que até hoje carrega as sequelas da doença. O jornalista pede para que a comunidade tenha mais consciência e cuidem de seus quintais e pátios, pois acredita que ainda existe muita gente que não compreendeu a gravidade da doença e que ela se espalha por meio dos focos.


A médica Isabela Berti, do Hospital Tacchini, explica que os primeiros sintomas que devem levar o paciente a suspeitar da enfermidade é a febre alta, manchas no corpo que ao apertar não somem e dor intensa no corpo. Ela esclarece como é feito o diagnóstico. “Ele é dividido de acordo com a classificação clínica do paciente, então, para indicar o tratamento, precisa passar por uma consulta médica, que vai fazer a classificação entre A, B, C e D que são os critérios de gravidade”, explica. A partir disso, começa o tratamento médico, mas o principal deles é a hidratação. “A hidratação é calculada a partir do peso e o critério de gravidade que o paciente apresenta”, ressalta a médica.


Ela alerta que não se deve automedicar para a doença, afinal, há remédios como os anti-inflamatórios que podem evoluir para grave o quadro da dengue e outras síndromes associadas à enfermidade. Ainda sobre o tratamento, o paciente diagnosticado com a doença deve fazer o acompanhamento certo. Alguns pacientes precisam retornar para o hospital para fazer novos exames, e é importante seguir os cuidados para que não se progrida a um quadro grave com risco inclusive de óbito.


Isabela também aponta que uma das principais formas de evitar a doença é não acumulando água e se, por acaso visualizar focos perto de casa, ligar para a vigilância do município para que tomem as devidas providência, e finaliza lembrando que os repelentes são indispensáveis. Para se proteger, a população pode utilizar o repelente de acordo com a faixa etária. A gestante tem que ter um cuidado maior porque a dengue neste período de gestação têm um risco superior”, finaliza a médica.