Rua Cavalheiro José Farina está passando por reformas em alguns trechos. Contudo, quem circula pelo bairro, acredita que há locais em situação pior

A rua Cavalheiro José Farina, principal do bairro Licorsul, em Bento Gonçalves, está recebendo investimentos por parte da prefeitura. No sábado, 9, a empresa Concresul, responsável pela realização da obra, iniciou o trabalho de fresagem, para posteriormente fazer o recapeamento do asfalto. Contudo, moradores do entorno e motoristas que utilizam o trajeto, questionam porquê uma via considerada em bom estado está passando por reforma, enquanto há outras, em piores condições, sem receber nenhuma manutenção.

Todos os dias, a administrativo Marlise Longhi utiliza a rua mencionada, por isso, foi pega de surpresa com a restauração do trecho. “Passo quatro vezes por dia ali. Não consigo entender, arrumar uma via que não há necessidade, tendo outras precisando urgente de reforma. A rua Saúl Adolfo Pompermaier está péssima. A Luiz Neves pior ainda”, pontua.

Marlise acredita que se o Poder Público investisse em outros locais, ajudaria a aliviar o congestionamento da principal rua do Licorsul, que recebe intenso fluxo de veículos, diariamente. “Se eles (prefeitura) usassem toda essa verba para arrumar a Amadeu Arioli, iria eliminar bastante o tráfego da Cavalheiro José Farina”, sugere.

A rua Saúl Adolfo Pompermaier, ainda em paralelepípedo, mencionada anteriormente, é uma via composta por residências e diversos comércios. Por lá, todos concordam que é preciso fazer melhorias.

O encanador Ricardo Meneghoto é cliente de uma loja que fica nessa via, por isso, com frequência, circula pelo bairro. “Além de ser uma rua ser estreita, também é irregular, por causa do calçamento. Um asfalto bem feito ia melhorar bastante. Acho necessário”, analisa.

A estudante Gisele Marchioro dos Santos, mora há doze anos nesse local, por isso, identifica uma série de dificuldades que gostaria que fossem solucionadas. “Acho que tem vários problemas, inclusive mal acabamento, o paralelepípedo é antigo, solta pedra, pode atingir algum carro, furar algum pneu”, menciona.

Para a estudante, o asfalto seria uma boa opção, entretanto, acredita que teria que vir acompanhado de redutor de velocidade. “Por ser uma rua de descida, talvez se torne perigoso, então seria bom colocar um quebra-molas ou um redutor para evitar acidentes”, afirma.

A comerciante Michele Aparecida Unger, tem empreendimento no local. Para ela, o que mais gera transtornos é a dificuldade que os caminhoneiros enfrentam para realizar a carga e descarga de mercadorias. “É ruim porque não tem asfalto, alguns não conseguem subir, nem freio de mão segura alguns caminhões”, garante.

Comerciantes aprovam melhorias

A rua Cavalheiro José Farina é composta, principalmente, por empreendimentos de grande à pequeno porte. Quem trabalha no entorno relata que a via não estava em más condições, apenas com “ondulações” em alguns trechos específicos. Entretanto, ficaram contentes com a reforma.

Daniela Merlo, além do comércio, também reside na rua que vai receber as melhorias. Convivendo diariamente no local, ela analisa que o asfalto está ruim, mas concorda que há outros locais do bairro em situação pior. “Acho que deram preferência para essa, por ser a principal. Depois das 17 horas é um tumulto aqui”, analisa.

Otávio Mikolaczk trabalha como motoboy, por isso, com alta frequência, circula por grande parte das ruas. Para ele, o melhoramento é necessário, principalmente devido ao trânsito intenso do local, mas o motociclista acha necessária a colocação de mais uma sinaleira ou quebra-molas. “Com a reforma, as pessoas vão começar a correr ainda mais agora. Já avistei dois acidentes aqui”, garante.

Sobre dar prioridade para outras vias, Mikolaczk afirma que é necessário fazer um estudo antes de qualquer alteração. “Com bons olhos os profissionais conseguem ver a necessidade, teria que ter entendimento. Aqui é importante essa melhoria”, opina.

Geraldo Rizzi é um dos proprietários de um estabelecimento que, há 26 anos, está localizado na rua em reforma. O empresário defende que a obra se faz necessária devido ao intenso movimento de veículos na região, principalmente de caminhões. “É uma rua principal, com maior fluxo, tem horários de pico na entrada e saída das empresas, então o movimento é grande. Além disso é o principal acesso para o loteamento do Salgado. Tem outras vias com deficiência, mas não tem como asfaltar todo bairro”, aponta.

O que diz a prefeitura

A diretora do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (IPURB), Melissa Bertoletti Gauer, garante que o recapeamento de vias do município vem ocorrendo desde o início do ano. “Trata-se de ruas com volume de tráfego intenso, que necessitam de manutenção. E essa está contemplada com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)”, assegura.

Além do recapeamento, previsto em todos os trechos defeituosos, compreendendo 1.156 metros até a rua Giovani Grando Filho, também vai ser feito acessibilidade no passeio público e sinalização, no local. A obra está com 15% da fresagem concluída. A previsão é que toda reforma seja finalizada em 90 dias.

Questionada se há previsão para investir nas vias em que os moradores e motoristas solicitaram melhorias, Melissa afirma que elas não estão contempladas nesse projeto.