Figuras mitológicas existem desde as civilizações greco-romanas, dentre as quais, a famosa Afrodite ou Vênus, deusa do amor – a que tornou o amendoim afrodisíaco; Dionísio ou Bacco, deus do vinho e grande parceiro das cantinas do Vale.

Os deuses eram imortais e habitavam o Olimpo. Inclusive, vem daí o nome Olímpico – estádio desativado do semideus do futebol gaúcho, o quase imortal tricolor, que ganhou uma Arena para ser venerado. Na verdade, temos aqui, no pampa, outro semideus, também idolatrado, que habita o Beira-Rio e metade dos corações do sul… excetuando-se os que preferem honrar o deus Somno ou Hipnos a ir ao campo ou ficar vidrado em frente a uma TV de 50 polegadas.

Já os super-heróis, por serem também humanos, tinham algum ponto fraco, explorado pelos vilões. Por exemplo, a fragilidade de Aquiles estava no calcanhar direito. Diz a lenda que, para protegê-lo, sua mãe mergulhou-o nas águas de um rio, segurando-o pela parte posterior do pé. Como ficou a descoberto, o calcanhar deixou de ganhar a invulnerabilidade. Quanto a Sansão, teve a força amputada por Dalila. Não precisam ter pena dele. A força estava nos cabelos.

No século passado, mais precisamente em 1938, “nasceu” o Superman. Na época, os Estados Unidos atravessavam uma crise econômica, e o povo americano andava sem ânimo para reagir diante da conjuntura e ideologia dominantes. O surgimento de Superman foi providencial e ganhou logo a simpatia do público leitor norte-americano, que encontrou nele uma forma de atenuar as dificuldades por que passava. Mas ele também era vulnerável à kryptonita, pois, em contato com essa rocha proveniente do seu Planeta de origem, perdia os poderes.

Depois veio a Liga da Justiça, formada por Batman, Mulher-Maravilha, Aquaman, Cyborg, The Flash… recrutados para uma força-tarefa que envolvia salvar o Planeta de um ataque catastrófico. Também bateram o ponto os Vingadores, os Guardiões da Galáxia, Lanterna Verde, O Homem Aranha…, cada um com seu poder.

E o Brasil está fora nessa parada? Na verdade, não. Para vários personagens estrangeiros temos os equivalentes brasileiros. Por exemplo: Eles têm o Capitão América; nós, o Capitão R.E.D. Eles relançaram a Mulher Maravilha; nossa mulher da hora é Velta. O eterno Superman deles não acaba com o nosso Capitão Sete. O extravagante

Lanterna Verde deles não é mais poderoso do que nosso Raio Negro. Pois é! A gente gosta de se inspirar nos poderosos…

Enfim, parece que estamos bem em matéria de semideuses e super-heróis. Mas nada se compara aos heróis brasileiros – sem superpoderes – trabalhadores sofridos, traídos e massacrados, que sonham com a Liga da Justiça para por ordem no caos. Tomara que, em 2018, o sonho se realize.