Salgado é onde se localiza a CONCRESUL, aquela do concreto, empresa ícone da construção civil em nossa região.
No Salgado se localiza a BENTEC, a LOVARA, o SEST/SENAT, a MEBER, uma porção de outras indústria e a casa do João.
Todos tem sua importância mas a janta de hoje na casa o João é coisa que nos reporta ao passado: mesa grande, tamanho família, bancos de madeira, forno, fogão, lareira e churrasqueira, tudo no mesmo ambiente. A televisão, desligada, nem fez falta.
O Eduardo fez a comida enquanto o conhaque artesanal e o vinho acompanhavam uma conversa contemporânea:
– “Em quem você vai votar para prefeito?”
– “Qual o candidato que tem mais chance?”
– “E o vinho? Porque custa tão caro num restaurante de Bento?”
Esta última foi mortal: uma garrafa de vinho é vendida com 100% de lucro e uma cerveja com 35% de lucro. O restaurante armazena a cerveja, gela, recolhe o casco, devolve e ganha apena cinco reais. Numa garrafa de vinho, que não tem retorno de casco, o lucro é de dez cervejas. Assim, o vinho fica nas prateleiras e Bento perde.
Lembro do Nelson, empresário da alimentação, que vendia o vinho com 20% de lucro e se sentia feliz pois e seu ganho estava na pizza, foco de seu negócio. Pelo custo/benefício, o vinho circulava.
Na janta que saboreamos na casa do João tomamos um ótimo vinho e a sobremesa foi favas cozidas, coisa do antigamente que hoje é coisa rara. Vinho bom é como cerveja: toma-se mais que uma garrafa, sem remorso, ressaca e sem dirigir. Num restaurante o vinho custa mais do que a refeição e a opção: cerveja.
Aqui em Bento, terra do vinho, o preço deveria ser diferenciado: vinho não tem frete e até pode ser consignado, sem custo de estoques. Fora de nossa região vinícola até podemos entender os custos adicionais mas aqui… o certo seria promover o vinho.
Que o João me convide para outras jantas e que os proprietários de restaurantes, gostem ou não de vinhos, ganhem seus justos lucros na gastronomia e promovam nossos vinhos. Bento agradece.