Bento-gonçalvense recebeu o título durante a 52ª Ciranda Cultural de Prendas

Durante a 52ª Ciranda Cultural de Prendas, ocorrida em Rio Grande entre os dias de 18 e 20 deste mês, a bento-gonçalvense Isadora Biesek Castellani, de 15 anos, do CTG Herdeiros da Bombacha, tornou-se a 2ª Prenda Juvenil do Rio Grande do Sul 2023/2024. O concurso, promovido pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), teve 59 concorrentes nas categorias mirim, juvenil e adulta, disputando nove faixas estaduais. Destas, 17 mirins, 24 juvenis e 18 adultas.
Este é o concurso mais antigo do calendário oficial do MTG e escolhe anualmente, dentre as candidatas, aquelas que melhor representem as virtudes, a graça, a cultura, os dotes artísticos, a desenvoltura e a expressão da mulher gaúcha. Fazem parte da Ciranda avaliações escrita, artística, oral, mostra folclórica e relatório de atividades.

Para Isadora, o resultado, acima de tudo, é a realização de muitos sonhos. “Pois, não foi somente um. Claro, o sonho de fazer parte da gestão estadual é muito grande, mas o que sempre me motivou foi levar o nome do meu CTG, da minha região e principalmente da minha terra, a minha linda Bento Gonçalves ao Rio Grande do Sul. Certamente, isso é o mais emocionante nessa conquista: perceber que consegui, que meu esforço valeu a pena e que vi minha Serra Gaúcha ser reconhecida ao me chamarem como prenda do RS”, enfatiza.

Ela conta como foi sua trajetória até chegar ao momento da divulgação de seu nome. “A preparação para a Ciranda Estadual começou desde o resultado do concurso regional, em 25 de junho de 2022. A caminhada até aquele momento não tinha sido fácil, porém, foi a partir daquele momento que a dedicação dobrou de tamanho. Foram horas por dia estudando, ensaiando, fazendo relatórios, pesquisas, preparando eventos, para que tudo chegasse na ciranda de forma impecável”, comenta.

As provas aconteceram na Universidade Federal de Rio Grande e no fandango oficial, que ocorreu na Sociedade Amigos do Cassino, foi divulgado o resultado. “A primeira prova ocorreu na sexta de manhã, onde fomos testadas sobre nossos conhecimentos do estado, em uma prova de 30 questões objetivas e uma redação. No período da tarde, ocorreram as mostras folclóricas, com o tema ‘joias e acessórios’, que envolveu muito esforço não só meu, como de meus familiares para montar e preparar essa prova ‘como manda o figurino’. Por fim, no sábado, depois de um dia de preparação e descanso, à noite entrei no palco das apresentações artísticas para realizar meu primeiro sonho: levar minha cidade aos palcos e, ao ser chamada, percebi que este sonho já havia sido realizado. Levei ao Rio Grande um poema escrito por mim, sobre a Serra e meus sonhos, estes que se concretizaram na madrugada de domingo, quando novamente anunciaram minha região, seguida de meu nome, como 2ª Prenda Juvenil do RS”, recorda.

Trajetória no tradicionalismo

A jovem iniciou sua caminhada no Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Herdeiros da Bombacha em 2014, na invernada artística. “São nove anos dentro do tradicionalismo, representando a minha entidade, seja em palcos de dança, na declamação ou nas cirandas. Dancei nas invernadas pré-mirim e mirim do Herdeiros e hoje, junto de uma turma incrível, defendo o HB nos tablados da categoria Juvenil. Fui 1ª prenda mirim da entidade em 2017, e 3ª prenda mirim da região em 2018. Voltei aos palcos de ciranda após a pandemia, tornando-me 1ª Prenda Juvenil do CTG Herdeiros da Bombacha em 2021, 1ª Prenda Juvenil da 11ª Região Tradicionalista (RT) em 2022 e, agora, em maio de 2023, realizando um de meus maiores sonhos, conquistando o segundo título estadual de minha entidade como 2ª Prenda Juvenil do RS”, celebra.

Para auxiliar em sua trajetória, ela conta com o apoio de muitas pessoas. “Recebo incentivo de todos os lados, da minha família, principalmente. Meus pais sempre me incentivaram a participar e não só eles, amigos de dentro da entidade, em especial a Eduarda Brandão Prates, que carrega o primeiro título estadual do Herdeiros, conquistado em 2021 e, claro, da diretora cultural do Herdeiros e da 1ª RT, Zelide de Vargas, que nunca mediram esforços para me ajudar, mas, acima de tudo, acredito que o meu maior incentivo sempre foi a minha paixão pela cultura rio-grandense, que me levou tão longe”, considera.