Irmãos bento-gonçalvenses superam seus limites e sobem ao pódio juntos

Everson e Ederson de Morais participaram do Campeonato Catarinense que foi realizado nos dias 22 a 23 de março, em Santa Catarina

Dois irmãos bento-gonçalvenses representaram o município em uma das maiores competições do sul do país de Powerlifting. Everson de Morais e Ederson de Morais competiram no Campeonato Catarinense GPA/IPO, que foi realizado nos dias 22 a 23 de março, em Santa Catarina.

Os dois atletas obtiveram o pódio em suas categorias, com o bento-gonçalvense Everson de Morais, obtendo o 1º lugar até 90 Kg Open e no levantamento terra conquistou a primeira colocação até 90 quilos, garantindo assim o posto de melhor atleta. Já Ederson obteve a primeira colocação categoria Master 1 sendo essa sua estreia em competições da GCP e na categoria.

De Morais, diferente do seu irmão, está a mais tempo no esporte e acumula bagagem de outras competições, e até já conquistou o campeonato Mundial. “Fiquei feliz, por mais uma vez conquistar o 1º lugar e também melhor atleta da modalidade, mas sempre fica uma sensação de poder fazer mais. Hoje, posso dizer que estou começando a me destacar no esporte, foram alguns anos de dedicação, estresse e treinos pesados, mas nunca desisti, sempre tive vontade de fazer meu nome no esporte. E agora, estou fazendo meu papel, nunca desmerecendo ninguém, sempre tentando ajudar o próximo, cheguei em um limite que agora, começam a aparecer as lesões, então todo treino tem que ter cautela e dedicação para sempre estar disposto para o próximo dia”, conta aos risos.

Everson conseguiu superar a marca do levantamento dos 300kg, e além disso quebrou três recordes da competição. “Sempre foi um sonho levantar 300Kg, trabalhei e treinei meu corpo para isso. Muitos não sabem, mas para levantar tal peso tem um aquecimento enorme de quase uma hora. O momento mais desafiador foi uma competição que estava disputando o 1º lugar com um grande amigo meu, mas ele sabia que jogo para ganhar, e sempre faço o meu melhor, lá quem errava perdia”, relata.

Sobre sua preparação para a disputa do torneio, de Morais focou em aprimorar as áreas onde tinha mais dificuldade. “Foram três meses e meio de treino, meu treinador John Rodrigues conversou comigo todos os dias me auxiliando em cada treinamento. Fizemos uma periodização para competir e o Cesar Casarotto também me auxilia na academia quando preciso. Tive que mudar praticamente 80% do meu treino, tive algumas lesões mas nunca desisti, inclui mais mobilidade e alongamentos, e as cargas dessa vez ficavam cada vez mais altas e mais repetições”, revela.

Atrás de cada conquista, existem sacrifícios que as pessoas não veem, para de Morais isto não foi diferente. Vindo de uma lesão grave, e sabendo que poderia se machucar de novo, o atleta persistiu e obteve ótimos resultados. “Tive uma lesão na posterior da coxa direita duas vezes no ano passado, não desisti e fui com dores. Sabia que poderia me machucar novamente, mas mesmo assim persisti”, expressa.
O atleta tinha apenas uma meta para a competição, conseguir realizar a pedida dos 300 quilos no agachamento. Graças a muito esforço, ele obteve o sonhado resultado. “Meu maior nervosismo foi a minha primeira pedida do agachamento, se fizer essa corretamente, tiro aquela pressão e começa a dar tudo certo, fora isso aprendi a me controlar, fico calmo, só aguardando meu nome no tablado, vou lá para o fazer meu show e volto para minha concentração até a próxima”, expõe.

Para o ano de 2024, de Morais já tem seus planos bem definidos. Participar de poucas competições, chegar à casa dos 300 quilos e participar do próximo mundial. “Este ano decidi ir em menos competições, somente nas mais importantes, e também somente em uma modalidade para dar meu máximo cada vez que for competir, mas os 300 kg que foram um sonho esse ano vai se tornar carga de treino. A meta só aumenta a cada competição. Terei que esperar a federação pôr o calendário para me organizar, a única informação que os atletas tiveram é que o campeonato Mundial será na Eslováquia, por isso tenho que começar a buscar verbas e patrocínios para tentar chegar no evento, mas para isso tenho que treinar e me classificar nas seletivas. Devido a isso, devo focar em tratar as lesões e também descansar até a próxima competição”, frisa.

Everson mostrou a modalidade para Ederson que assim como seu irmão tem uma rotina de treinos puxada e regrada. “Meus treinos são de segunda a sábado, minha preparação não foi nada fácil, pois sabia que teria novos desafios pela frente como treinos mais puxados, exaustivos, treinos que antes duravam 1h30min, hoje, chegam até quatro horas, sempre com o pensamento de superar meus limites. Meu irmão que me apresentou ao esporte, preparou sozinho meus treinos no ano de 2023, me fez ganhar o campeonato gaúcho e dois vices no brasileiro, mesmo sabendo de minhas limitações”, conta.
Durante a competição, muitas vezes a ansiedade e o nervosismo tomam conta. Devido a isso o atleta acredita que ter pessoas ao seu lado que te apoiam faz muito a diferença. “Às vezes o treinamento e o campeonato geram uma certa ansiedade e nervosismo, isso desconcentra um pouco. Mas para isso sempre tenho aqueles do meu lado para apoiar, que conseguiram driblar meu psicológico”, relata.