O bento-gonçalvense Igor Mera destacou-se e conquistou a 3º colocação na 6º etapa do campeonato de Excelência de Tiro ao Prato 2023, realizada no final de semana de 2 de setembro, em Santana de Parnaíba, no estado de São Paulo.

Introduzido no esporte pelo incentivo do seu pai, o jovem já pratica a modalidade há sete anos. “Comecei em 2017, na modalidade de Trap Americano com incentivo puramente do meu pai que praticava o tiro antes. No início, era tudo muito difícil e devido a isso, não gostava muito, mas com o passar do tempo me acostumei e agora o esporte é minha paixão”, ainda diz que “No Brasil, por causas das limitações legais, o tiro esportivo é um esporte de difícil acesso e início. Entretanto acredito que valha a pena o esforço para começar e participar da comunidade”, expõe.

A modalidade praticada por Mera se chama fossa olímpica onde o objetivo é disparar sobre um número específico de alvos, ou pratos, em forma de disco 11 cm de diâmetro, e feitos com base em betume e calcário. As máquinas lançam os pratos variando em ângulo, de 45° para esquerda até 45° para direita, e em altura. O prato possui uma velocidade inicial de cerca de 100 km/h, e é lançado imediatamente após um comando de voz do atirador, quando este está preparado com a arma empunhada no ombro. “Um dos aspectos mais cativantes da fossa olímpica, é o desafio a cada prato que você atira, pois como os pratos são lançados em média a 100 Km/h, exige um maior preparo”, conta.

O ponto chave que todo atirador precisa ter é a concentração, segundo Mera. “A habilidade mais difícil para desenvolver seria o alto nível de concentração que o atleta tem que distribuir nos diferentes dias de competição, assim como a resiliência de prosseguir mesmo de um resultado ruim. Porém, conforme o tempo e a experiência, você vai se acostumando com a pressão e o nervosismo e entende que é normal e que vai existir em toda competição”, diz.

Para obter essa experiência o atleta deve treinar muito, o jovem tem uma rotina de treinos já preparadas, podendo variar com o calendário de competições. “Quando possuo uma agenda mais livre de torneios, geralmente treino de duas a três vezes por semana. Porém, quando há competições por perto o objetivo é treinar todo dia ou um dia sim, outro não”, explica.

Com ampla rodagem nacional e internacional, Mera já participou de 2 campeonatos mundiais Juniors um em Lima em 2020 e um na Alemanha em 2021, assim como um outro Sudamericano na argentina em 2020 e tantas outras competições nacionais. “Acredito que a prática do tiro beneficia muito as pessoas que desejam praticar. Pois ele demanda uma alta responsabilidade que cada indivíduo tem em suas mãos”, finaliza.

História

As armas de fogo, não surgiram com propósito esportivo. Elas mudaram o rumo de guerras e batalhas, antes travadas com espadas, arcos e flechas e no combate corpo a corpo. Os primeiros registros do uso de armas de fogo em guerras surgem em 1346, durante confronto entre ingleses e franceses. A partir de então, os armamentos foram evoluindo, diminuindo de tamanho e ganhando cada vez mais importância nos combates.

Como esporte, o tiro ao alvo teve sua origem da prática militar. As linhas de tiro utilizadas nos combates serviram como modelo para as primeiras competições, com disputas nas posições deitado, de joelhos e em pé. Em 1867, surgiu o Campo de Instrução de Chalôns, na França, onde foi realizada uma prova de tiro ao alvo com fuzis.

Além dos militares, os clubes de caça também deram sua contribuição para a criação do tiro esportivo. A atividade dos caçadores, inspirou inclusive, algumas das provas que existem atualmente, como skeet e fosso.

O tiro esportivo esteve presente nos Jogos Olímpicos desde a primeira edição, em 1896, em Atenas. Até 1964, em Tóquio, somente os homens participavam. As primeiras mulheres competiram na Cidade do México, no ano de 1968, nas provas com os homens. As primeiras disputas exclusivamente femininas surgiram em Los Angeles, em 1984, em duas categorias: pistola de ar e carabina de ar. Atualmente, o tiro esportivo é disputado em 15 categorias, sendo nove masculinas e seis femininas. A fossa olímpica estreou-se nos Jogos de 1900 e mantém-se no programa dos jogos até hoje, com duas interrupções: na edição de 1904 e nas edições de 1928 e 1948. A fossa olímpica regressou de vez nos Jogos de Helsínquia. A prova exclusiva de senhoras foi introduzida nos jogos de Sydney 2000. Até esta data, a fossa olímpica era aberta a ambos os sexos.