A economia do município do município de Bento Gonçalves passava por uma série de dificuldades naquele ano de 1914. Dentre os maiores problemas estava a alta carga tributária cobrada sobre o vinho e as deficiências dos meios de transporte. A produção estragava nos armazéns e depósitos sujeitos a deterioração e as oscilações de preços nos mercados de consumo. Os comerciantes não podiam contar com o escoamento regular das mercadorias porque antes da chegada da estrada de ferro e do caminhão, tudo era transportado por carretas.

O processo de transporte se tornou mais fácil com a chegada da linha férrea, em 27 de dezembro de 1910, até Carlos Barbosa. Mesmo assim, 20 Km ainda separavam Bento Gonçalves daquela estação e muitos obstáculos precisavam ser vencidos para efetivar o transporte.

Os homens de negócio de Bento Gonçalves compreenderam, então, a necessidade de se unirem em busca de uma solução para os problemas que tratavam o crescimento de suas empresas e do Município. Inspirados pelo exemplo de cidades maiores, constituíram a Associação Comercial, no dia 11 de agosto de 1914. O pioneirismo da iniciativa coube a Fiorelo Bertuol, Enoss Batista, Domingos Baldi, Carlos Dreher Filho, Ferrúcio Fasolo, Arthur Ribeiro, Giacomo Ferrari e José Torriani. Os planos da Associação assumiram a campanha para a extensão da Ferrovia de Carlos Barbosa – Garibaldi – Bento Gonçalves e a alteração das obrigações tributárias sobre a comercialização do vinho.
Depois dos trabalhos exaustivos, surgiu a primeira locomotiva chegando a Estação da cidade em 10 de agosto de 1919, resolvendo o problema de escoamento da produção.

A Ferrovia foi o marco do progresso de Bento Gonçalves. Já a intervenção da Associação junto aos órgãos de arrecadação do estado e da união para alterações de tributos incidentes sobre o setor vinícola resultou num consenso entre o fisco e as empresas contribuintes.

Com o passar dos anos, a Associação fundada em 1914 foi expandindo suas atividades e proporcionou novas conquistas ao município e aos comerciários. No entanto, a partir da década de 50, após a Segunda Guerra Mundial, com o surgimento da Classe Industrial a Associação já não atendia as expectativas do novo grupo de empresários e deu margem para a Fundação do Centro da Indústria Fabril (CIF) em 1962. Mais tarde CIC – Centro de Indústria e Comércio.

Hoje a realidade é diversificada. O cenário do nosso município é bem diferente, graças as lideranças e pessoas que trabalham com esperança de progresso e de desenvolvimento de um povo que tem grandes valores…

“A CULTURA É NOSSO MAIOR PATRIMÔNIO”
PARABENIZO A GIORDANI TURISMO PELO RESGATE DA NOSSA CULTURA – UMA VOLTA AO PASSADO E A EPOPÉIA ITALIANA – E TER MARCADO E COMEMORADO OS 100 ANOS DA CHEGADA DA FERROVIA.