Ainda não estamos próximos de um crescimento negativo, capaz de inverter a curva sempre ascendente da frota gaúcha. No entanto, ao examinar a série histórica dos últimos dez anos, a redução do número de novos veículos é sensível. Enquanto do ano de 2009 para 2010 o crescimento médio da frota foi de 6,6%, o de 2017 para 2018 foi de apenas 3% – menos da metade. A virada se dá de 2012 para 2013, quando o crescimento médio anual passa dos 6,8% para 6,4%, iniciando a curva descendente. A continuar essa tendência, o DetranRS projeta para fevereiro de 2020 uma frota de sete milhões de veículos. Em dezembro de 2018, esse número era de 6.772.764 veículos.

Dando continuidade a essa tendência, 2014 registrou o crescimento médio de 5,3%, 2015 de 3,5%, 2016 e 2017 foram anos com 2,7% de crescimento, o menor da série, e 2018 apresentou leve crescimento, com média de 3%. Considerando a divisão da frota por tipos de veículos, cabe analisar se o decréscimo se dá uniformemente ou se difere de um tipo para o outro.

Assim, quando se analisa o crescimento da frota dividida em tipos de veículos, percebe-se que automóveis e caminhões sofreram pequena variação quanto a seu volume no conjunto dos veículos gaúchos: os carros em 2009 representavam 62% da frota e passaram a ser 61% em 2018; os caminhões eram 5% e passaram a 4%. Já motocicletas sofreram variação maior no período, reduzindo sua participação de 20% para 17%. Em sentido contrário, os utilitários e caminhonetes aumentaram sua participação na frota, passando de 9% para 13% nos últimos dez anos. Ônibus e microônibus mantiveram-se na proporção de 1% da frota, e reboques e semirreboques passaram de 3% a 4%.

Idade da frota

A frota gaúcha está envelhecendo: 21,3% dos veículos têm mais de 30 anos de fabricação. Em 2009, a porcentagem de veículos com mais de 30 anos era de 19% somente. Quando pensamos em veículos novos, aqueles com menos de um ano de fabricação são hoje menos da metade do que eram em 2009: 2,3% da frota em 2018, contra 5% há dez anos. Na mesma linha, os veículos entre um e cinco anos de fabricação, que em 2009 representavam 20,1% da frota, em 2018 eram somente 12%. Veículos entre 15 e 20 anos passaram de 10,6% para 12% e aqueles entre 20 e 30 anos de fabricação, que eram 8,5% em 2009, saltaram para 11,7% no ano passado.