Segundo a Secretaria da Saúde 920 bichos já foram atendidos em 2018; a prioridade é para a população de baixa renda

 

O controle da proliferação exagerada de animais por meio da oferta de castração gratuita à população é uma forma de diminuir o número de cães e gatos abandonados, além de evitar, por exemplo, casos de doença que podem ser transmitidas aos humanos e até mesmo acidentes de trânsito. Em Bento Gonçalves, a atual fila de espera para o procedimento cirúrgico é de 410 bichos. Somente em 2018, já foram feitas 920 castrações.

Segundo a Secretaria da Saúde, as filas não tendem a diminuir, porém, com a legislação específica para o tema, os cidadãos de menor renda têm prioridade no processo de encaminhamento para castração de seus animais. Aprovada em agosto de 2017, o Projeto de Lei nº 130/2017, foi uma forma de beneficiar as pessoas com menos condições de recorrer a um procedimento particular, diminuindo a reprodução desenfreada de animais em comunidades mais vulneráveis.

De acordo com Aline de Godoy e Laisa Favero Filippi , voluntárias da ONG Patas e Focinhos, no entanto, o sistema tem dificultado a cota destinada às entidades de proteção animal do município. “A prefeitura ajudava apenas com quatro a cinco vagas por mês para a castração em uma clínica cadastrada na cidade. Após agosto, a verba foi cortada, por conta disso, as castrações estão sendo feitas em clínicas particulares ou então ficam por conta do adotante”, contam. Outra ONG da cidade, que preferiu não se identificar, corrobora o discurso, mas diz que a ajuda deve retornar no começo do próximo ano.

 

Tempo de espera

A grande demanda pelo serviço faz com que a espera possa chegar a oito meses. A demora que, muitas vezes, resulta na desistência dos inscritos, também faz com que se aumente a possibilidade de novas ninhadas e o número de animais nas ruas e em entidades de adoção. Segundo a Secretaria da Saúde, por meio do Gabinete da Primeira Dama e do Conselho do Bem Estar Animal, é feito um trabalho de orientação junto aos donos dos cães e gatos que aguardam pelo procedimento, na tentativa de manter os bichos saudáveis e evitar a superpopulação. “Orientamos as pessoas que existem outras maneiras de impedir a procriação. A principal e mais barata é não deixar os animais terem acesso à rua, deixando-os livres de novas ninhadas e de perigos como atropelamentos, envenenamentos, violência e agravos à saúde de seres humanos como mordeduras”, explica.

No município, os cadastros para o serviço de castração gratuita são feitos, normalmente, nos meses de janeiro e agosto. O próximo será de 15 a 30 de janeiro de 2019, e todo cidadão pode solicitar a cirurgia para seu animal, porém o andamento da fila se dará conforme as prioridades elencadas pela legislação. O cadastro deve ser feito pelo telefone da vigilância ambiental 30557265 ou 30557312.