Clacir Rasador

Quando criança, aprendi rapidamente algumas músicas religiosas no colégio onde estudava e, dentre aquelas melodiosas que, sem se dar conta, você começa do nada a cantarolar, havia uma que iniciava assim: “eu era pequeno, nem me lembro, só lembro que a noite, ao pé da cama…”, de autoria do conhecido e carismático Padre Zezinho.

Foi cantarolando essa música, neste fim de semana, que resolvi deixar de responder a um comentário de um amigo que fez o caminho inverso de Pedro Alvares Cabral, o qual me convidou a buscar mais conhecimento sobre a vacinação de crianças contra a Covid-19, em razão de postagem que publiquei recebida de especialista na área médica, cujos dados do Centro de Doenças dos EUA atestam a segurança do imunizante.

Ao contrário da primeira estrofe da música do Padre Zezinho, lembrei, ainda criança – embora continue pequeno em estatura – o evento que era se vacinar, dado o medo que meus pais tinham de, eventualmente, virmos a ser infectados por alguma doença e, assim, sem questionar o que a ciência oferecia, corriam para os postos de saúde; tal qual era a sua tranquilidade ao verem preenchida a carteira de vacinas de seus filhos, praticamente um atestado de paternidade responsável.

Recorrendo a tais memórias, confesso que, por pouco não respondi ao meu amigo, agora quase lusitano, pois embora jamais tenha contestado a vacinação, até meus 10 anos de idade, não nutria qualquer simpatia quanto a forma de aplicação da ciência vacinal. Aliás, lembro que não era o único, todos meus amigos também, a criançada em peso era contra aquela “vilã” pistola de vacinação que aplicava a heroica vacina, a qual, de tão poderosa, nos rendia sem sequer levantarmos as mãos ao alto.

Por outro lado, sem importar-se com tal rebeldia infantil, na sábia “ignorância” de quem somente queria ver as crianças crescer com saúde, da decisão dos pais, assim fizera a outrora luz da ciência que salvara – e salva – tantas vidas em forma de ampola, as mesmas vidas que hoje, adultas, a exemplo do meu caro amigo, se rendem à “sapiência” de incertezas e dúvidas “Thomédianas”, onde o ver para crer poderá evoluir para o arrependimento do crer por sentir…Tudo são escolhas, caminhar ou não com a humanidade é uma delas…