Empresas que realizam serviços reclamam que locais destinados a entrega de produtos são usados por carros particulares

Não é novidade que encontrar estacionamento nas principais vias de Bento Gonçalves, principalmente durante o dia, é uma árdua tarefa para os motoristas. E para quem trabalha com serviço de entrega e recebimento de cargas a situação se torna ainda mais difícil pela falta de oferta de vagas. Isso porque os locais que estão disponíveis acabam sendo ocupadas por veículos particulares, gerando uma série de reclamações por parte de motoristas e empresas do setor.

Um funcionário de transportadora que prefere não ter o nome revelado, demonstra a insatisfação com a situação da falta de espaço para estacionamento. “Não importa se faz sol ou chuva, tu passa pelo centro ou ruas com maior movimento para fazer alguma entrega ou buscar uma carga e encontra a vaga ocupada por alguém. É complicado, a gente perde tempo, porque demora para encontrar outra vaga disponível e isso acaba tendo um custo para todos nós”, lamenta.

Outro motorista amplia a insatisfação. “Temos os espaços reduzidos e isso piora com os carros particulares utilizando estas vagas. Com isso, algumas vezes temos que colocar os caminhões em outros locais, o que gera uma série de incômodos”, aponta. E ele ainda completa. “A cidade funciona se nós estivermos funcionando. Somos nós que abastecemos a cidade. Entendam, não é uma reclamação qualquer, pois para a cidade ter mercadoria, temos que entrega-lá”, critica.

Além da utilização por parte das pessoas com carros particulares, os motoristas do setor de entrega e recebimento de cargas também se mostram insatisfeitos com a falta de fiscalização por parte dos agentes de trânsito do município e do setor da zona azul, sob concessão da Rek Parking, como conta um deles. “Os monitores de trânsito e os agentes passam e parece que não enxergam. Esses dias denunciei o fato para um deles e acabei levando uma bronca do mesmo. Sem contar que estamos sempre propensos a recebermos multas por estarmos em local não destinado. Quanto mais a gente fala, mais acaba sendo perseguido”, revela.

Segundos os motoristas, os lugares com maior invasão são na General Osório, Dr. José Mário Mônaco, mas as de pior situação são a Júlio de Castilhos e Saldanha Marinho.

Questionado sobre a situação nas regiões apontadas pelos motoristas de carga, o secretário de Viação e Obras Públicas, Amarildo Lucatelli, entende a reclamação. “Infelizmente, o pessoal não está respeitando as placas de sinalização, que estão nítidas e bem claras. Quem vê esse tipo de infração deve chamar os agentes pelo 153 e denunciar. Seguidamente estamos multando e guinchando”, alerta.

Sobre uma possível falta de fiscalização, Lucatelli, defende os agentes. “A cidade é grande e nem sempre conseguimos ir imediatamente. Quando chegamos, muitos já saíram com o carro. Mas todos os nossos agentes estão orientados a quando receber a ligação deslocar uma viatura para atender a ocorrência. Não tem “vista grossa”. Se faz a notificação, autuam e chamam o guincho, se necessário”, ressalta.

Ainda segundo o secretário, alternativas para ajudar o setor estão próximas de serem implementadas. “Estamos com um estudo quase concluído para que na Júlio de Castilhos e Saldanha Marinho, onde tem duas pistas, até às 10h sejam permitidas a carga e descarga, como ocorre na Via Del Vino. A ideia é implementar até o final do ano, assim que tivermos o aval do Ipurb. Acreditamos que desta forma e respeitando os horários, todos tenham menos problemas”, revela.