Que conversa é esta de tiranossauros, brontossauros, megalodontes, baleias, lulas, orcas e tubarões navegarem no tanque de nossos veículos?

         Parece história surreal, mas é super-real, embora a teoria mais recente conteste a ideia de que só os grandões é que teriam dado origem ao petróleo. Podem ter contribuído, mas a vida microscópica, que proliferou por bilhões de anos nas águas dos nossos mares, foi fundamental na formação do famoso ouro negro que move o mundo. Literalmente.

         Na verdade, esta aulinha é direcionada… Tem um baixinho aí que é muito curioso, só que ultimamente anda com interesses bem variados e de muita ação, onde história de “vó” acaba ficando sem espaço. Mas, espero que ele não consiga resistir à provocação que estou arquitetando… Vou chegar de ladinho… Tipo assim:

         -Então, Benício, você sabe por que o carro anda?

         -Porque tem motor, né, vó…

         -E o que faz o motor mover as rodas?

         -A gasolina…

         -E de onde vem a gasolina?

         -Do posto, ué!

         Bom, é aí que eu entro com a história…  

         “-Era uma vez, há bilhões de anos, no tempo do Dinossauro Rex, do Velociraptor, do Pterodáctilo…, enfim, de muitos outros que você coleciona… Enquanto a maioria desses gigantes vivia na terra, o mar fervilhava de micróbios invisíveis a olho nu, que adoravam ficar nadando na superfície e que, depois de morrer, iam se depositando no fundo escuro do oceano. Camadas sobre camadas e mais camadas, até se tornaram bem espessas como se fossem tijolos superpostos. Imagina todo o peso da água sobre elas! Que pressão, né?! Juntando a isso o calor intenso do centro da Terra, aquele mesmo que quando encontra um furo ou fenda resolve vomitar fumaça, cinzas e lava, imagina aquele calor fazendo a mágica da transformação do cemitério dos bichinhos em petróleo! Não é um milagre da natureza? Então lá vai o homem com suas engenhocas explorar o fundo dos oceanos e até outros locais fora dele, onde também, em algum momento do passado, existiu vida marinha. Quando ele percebe sinais da existência de petróleo, ele perfura um poço e bombeia esse óleo preto pra cima, que depois vai para as refinarias onde vira gasolina, que é transportada aos postos através de caminhões com grandes reservatórios arredondados. E lá vamos nós encher o tanque dos carros com os restos mortais da bicharada…”.

         Estou apostando numa reação hilária, sem reflexões mais profundas, como a finitude humana…

Senão “é aí que a porca torce o rabo”.