Pesquisadores da Embrapa Instrumentação desenvolveram um sensor de baixo custo para monitorar o grau de maturação de frutas. O dispositivo é chamado de Yva (fruta, em tupi guarani) e utiliza recursos de nanotecnologia e inteligência artificial para detectar a liberação do gás etileno, hormônio responsável pelo amadurecimento de frutos climatéricos, como são denominados aqueles que amadurecem após a colheita. O sensor é classificado de colorimétrico, pois realiza a aferição com base em cores, que variam do roxo para o marrom. Cada uma das tonalidades corresponde a um estágio de maturação do fruto. 

A Embrapa Instrumentação é uma das unidades de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e está localizada no município de São Carlos, em São Paulo.

Para avaliar a efetividade do Yva, os pesquisadores fizeram testes com manga, mamão e banana, mas afirmam que a tecnologia pode ser aplicada a outros frutos climatéricos, como pêssego, caqui, ameixa e maracujá, também muito presentes na mesa do brasileiro.

As informações captadas pelo nanossensor poderão ser lidas por qualquer câmera de celular, como uma etiqueta QR Code, e interpretadas por meio de um aplicativo. A proposta dos pesquisadores é que o sensor seja colocado dentro de embalagens plásticas ou caixas de frutas, auxiliando os clientes a verificar a qualidade dos produtos que estão nas prateleiras e os comerciantes a rastrear lotes e gerir melhor os estoques.

Descartável, o Yva deve chegar ao mercado com custo estimado de R$ 0,08 a R$ 0,10 por quilo de fruta. Para que o projeto saia do papel e seja lançado, a equipe busca agora captar recursos. Calcula-se que a quantia necessária para a finalização seja de R$ 700 mil a R$ 800 mil.

Estrutura e financiamento

O estudo começou a ser desenvolvido sete anos atrás e, há dois ou três, aproximadamente, a equipe da Embrapa firmou parceria com a Siena Company, empresa especializada em desenvolvimento de softwares.

O projeto também recebeu um aporte de R$ 220 mil do Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec), que é operado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e está vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Os testes da pesquisa foram feitos no Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA), pertencente ao Sistema Nacional de Laboratórios de Nanotecnologia (SisNano), do MCTIC.

Fonte: Agência Brasil
Foto: Embrapa / Divulgação