Promessa renovada

Mais uma vez, o secretário de segurança do Estado, Airton Michels, veio à Serra Gaúcha prometer que a construção do novo presídio de Bento será prioridade para o governo estadual. Ele disse, na segunda-feira, 5, durante reunião-almoço na Câmara de Indústria Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul, que o governo de Tarso Genro espera “resolver o impasse que envolve a construção de um novo prédio”. O tal impasse a que se referiu Michels deve ser a possibilidade de negociar a área do atual presídio com a iniciativa privada para garantir recursos para a construção da nova penitenciária na Linha Palmeiro.

Depois de perder os recursos federais de R$ 8.856.602,32, que já estavam depositados em uma conta para o Estado na Caixa Federal desde 2007 para a obra, uma definição é urgente: no orçamento do Estado para este ano, há R$ 6,2 milhões para o novo presídio. Corre o risco de perder a rubrica, se é que a intenção do Estado é mesmo empenhar o dinheiro ainda este ano. Toda a obra está orçada em R$ 20 milhões, e é preciso garantir os recursos para que, caso a construção inicie com recursos do Estado, tenha continuidade. Mas, depois de tantas idas e vindas, contradições, problemas em projetos, perdas de prazo e outras mazelas, é possível ainda acreditar que sai do papel?

Programa Tapa-Buracos

Não, não se trata dos remendos nas vias públicas, mas a ideia é a mesma. A referência às operações emergenciais feitas às pressas e que, invariavelmente, acarretam na volta do problema pouco tempo depois é proposital: assim o geriatra André Moschetta, vice-presidente da Associação Médica de Bento Gonçalves (Ameb) se refere ao programa Mais Médicos, do governo federal, criado para tentar suprir a carência de médicos no interior. Moschetta afirma que a Ameb segue a cartilha das principais entidades médicas do país e questiona a validade do programa. O médico bento-gonçalvense diz mais: para ele, a presidente Dilma Rousseff “declarou guerra à classe médica”.

Floresta do Design

O design e o artesanato vão além dos estandes na Casa Brasil 2013. As arquitetas e integrantes da curadoria da feira, Tina e Lui, ambientam a área dos projetos especiais e o pavilhão de entrada da feira com árvores feitas em tecido, numa parceria com o designer e tecelão Renato Imbroisi e Fleury & Layus Arquitetura, de São Paulo. São mais de 20 peças criadas especialmente para o evento, compostas por fios de algodão e fibras vegetais.

Participação à prova

Os gaúchos têm até hoje para votar no processo que define a destinação de parte do orçamento estadual para 2014. Em todo o estado, os eleitores escolherão onde o governo vai investir R$ 165 milhões. Na Serra, o valor é de R$ 9,27 milhões. A expectativa do Corede/Serra é que 12% do total de 600 mil eleitores dos 32 municípios da região participem. Benefícios como a aquisição do aparelho de radioterapia do Tacchini, prioridade de 2006 inaugurada em 2012, equipamentos para outros hospitais, viaturas para a Brigada e os Bombeiros, laboratórios de informática para escolas e incubadoras tecnológicas estão entre as realizações do processo. Mas há um lado escuro: a Serra acumula mais de R$ 32 milhões em recursos não repassados pelos governos de Germano Rigotto (PMDB), Yeda Crusius (PSDB) e Tarso Genro (PT), que em junho anunciou a liberação de cerca de R$ 21 milhões para a região, mas apenas 6% foram pagos. No governo Tarso, a Serra elencou prioridades que somam R$ 18,5 milhões em dois anos. Nesse período, apenas R$ 5,3 milhões foram executados. Uma das promessas é concluir o governo com os repasses zerados.

Recursos ao esporte

O secretário estadual de Obras, Luiz Carlos Busatto (à dir., ao lado do presidente municipal do PTB, Jairo Alberici, e do deputado estadual Ronaldo Santini) anunciou o repasse de R$ 250 mil para três entidades da Serra: Sociedade Recreativa Leopoldina e Flamengo de São Valentim, de Bento, e Cruzeiro de São Gotardo, de Flores da Cunha. Os recursos são de emenda parlamentar de quando Busatto ainda estava atuando como deputado federal.

Sem recursos, sem projetos

Veículos oficiais estacionados em local proibido, obstrução do trânsito sem acompanhamento do Departamento Municipal de Trânsito, veículos estacionados sobre o meio fio ou sobre o passeio público, informações sobre o veículo que foi entregue ao município pela Receita Federal com placa paraguaia, entre outras questões ligadas ao trânsito da cidade foram alvo dos questionamentos do vereador Moacir Camerini (PT) ao secretário de Gestão e Mobilidade Urbana, Mauro Moro, que afirmou conhecer os problemas e disse que toma medidas paliativas porque não há recursos. Mas, soluções ele não apresentou. Nos corredores da secretaria é forte o indicativo de que o Moro não teria ficado animado com a destinação de recursos ligados à pasta para outros fins que não os projetos da secretaria.

Ponto

  • A Escola Superior de Gestão e Controle Francisco Juruena (ESGC), órgão de educação corporativa do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS), promove no dia 28 de agosto um curso de capacitação para representantes dos 100 maiores municípios do Estado sobre as planilhas tarifárias do transporte coletivo. Bento Gonçalves entre eles.
  • Ainda que o setor supermercadista tenha mantido, no primeiro semestre de 2013, a média de crescimento dos últimos anos – cerca de 6% em relação ao mesmo período do ano passado –, as projeções dos organizadores apontam para um incremento maior nos resultados da 32ª edição da Expoagas, ue ocorre entre os dias 20 e 22 em Porto Alegre.
  • Para Antônio Cesa Longo, presidente da Agas, o volume de negócios concretizados nos três dias do evento deverá atingir os R$ 330 milhões, número 8,4% superior ao do ano passado.
  • Nada menos que 17 expositores da Serra Gaúcha estarão presentes na ExpoAgas 2013. Seis empresas são de Bento Gonçalves.
  • O diretor comercial da Artecola, Rafael Müssnich, apresentou na segunda-feira, 5, a empresários de Bento, os detalhes do processo de internacionalização da empresa durante reunião-almoço no CIC de Bento.
  • Para ele, o exemplo pode ser adaptado à realidade local e serve de estímulo a setores como o moveleiro de Bento.
  • Até julho, a Câmara de Vereadores de Bento conseguiu economizar – e devolver aos cofres da prefeitura – cerca de 4,8% do orçamento. Foram pouco mais de R$ 650 mil que retornaram ao Erário, de um total orçamentário de R$ 13,4 milhões, já abaixo dos 6% do orçamento do município permitidos por lei. O presidente Valdecir Rubbo (PDT) quer mais.
  • Quanto aos projetos de mobilidade que serão realizados com o financiamento de R$ 50 milhões, Moro garantiu que este ano nada será feito. Ele está preocupado, e torce para que a prefeitura feche as contas no azul. Caso contrário, o empréstimo pode não sair.