Escrevi três crônicas sobre a poluição visual causada pela fiação aérea de Bento Gonçalves. Tem fios demais: enrolados nos postes, entre postes, dependurados, de tudo que é tipo e, para quem olha, uma aberração. Impossível não ter “gato” escondido.

No centro da cidade, na Avenida Marechal Deodoro, ficou bem organizado: é subterrâneo e os postes de iluminação decorativos.

No passado era a CEEE quem tomava conta dos postes e dos fios. Ela compartilhava com a CRT. Uma para a energia elétrica e a outra para as telecomunicações. Quando o usuários desejava alguma alteração, ou nova ligação, ou reclamação, sabia a quem recorrer e até para onde se dirigir para um esclarecimento pessoal.

A CEEE passou a ser RGE, a RGE terceirizou muitos serviços, alguém comprou e vendeu, o que comprou também vendeu e, sei lá como ficou. O atual proprietário só é conhecido dos Engenheiros Elétricos e o cidadão, quem paga a conta e usa os serviços, já não sabe quem é o “pai da criança”.

Os medidores de luz que ficam no lado de fora das residências, no passeio público era de madeira, passou para metal, passou para plástico e os tamanhos foram mudando. Tudo bem, em nome da segurança e da modernidade.

Logo iremos ser solicitados para mudar as caixas existentes pelas novas. Até é compreensível, em nome da segurança.
O que pega mal é a nova exigência quanto aos postes.

Num dos lados da rua os postes, com aqueles fios e a iluminação pública. Já é um “paliteiro” de postes, péssima decoração.

Do poste atual para a residência uma canalização subterrânea conduzia a fiação elétrica para o lado oposto da rua e depois de os fios passarem pela caixa medidora, um poste menor, na propriedade do usuário, fazia a ligação com a residência.

A mudança: nos dois lados da rua haverão postes nas calçadas pois está proibida a passagem subterrânea nas ruas. O poste pode, ou deve, ser colocado na divisa das propriedades e duas entradas de energia terão um só poste, igual aos da atual iluminação pública.

Além da fiação, haverá poste dos dois lados da rua: um “paliteiro”.

Para instalar tais postes a empresa detentora da distribuição de energia elétrica, a “mãe da criança”, pede 120 dias e coloca o poste sem custo. Se o proprietário necessita antecipar a entrada de energia deve pagar o poste (uns 3 mil reais) e depois será reembolsado pelo valor estipulado pela tal empresa.

A questão não é só o preço a pagar. A questão é o “paliteiro”. Vai ficar uma cidade feia, até que mudem novamente as regras.
Isso precisa de uma melhor análise para evitar retrocesso.