Esportivo conta com um grupo de experientes, enquanto Lajeadense aposta na juventude para alcançar a vaga

Extremos nas campanhas e em investimentos, mas iguais nas suas cores: azul e branco e no que tange o objetivo, que é retornar para a série A. Lajeadense, quarto colocado do grupo A e classificado na última rodada. Esportivo, líder do outro grupo e dono da melhor campanha no geral da Divisão de Acesso. Esse duelo, agora em mata-mata, tem o primeiro capítulo marcado para domingo, 21, às 16h, na Arena Alviazul, em Lajeado.

Pelo lado azul de Bento Gonçalves, a boa campanha no geral da primeira fase foi comemorada, mas o sinal de atenção para os perigos dos jogos eliminatórios está ligado. Por isso, fazer uma boa partida e trazer vantagem para a volta é crucial dentro do planejamento.

Para que isso aconteça, o Esportivo deve ter todo o elenco à sua disposição, incluindo Renan, que já faz trabalho físico para retornar após lesão e Diego Torres, último a se inserir no grupo. A dúvida é o lateral Xaró, que na atividade de segunda-feira, 15, sentiu dores na coxa direita. Para o meia Athos, a equipe não deve fugir do seu estilo de jogo. “Fizemos uma boa campanha, temos identidade, não tem motivo para fugir disso agora. Vamos para jogar e trazer a vantagem para dentro de casa”, indica.

Quem é esse Lajeadense? 

O Lajeadense chega para as quartas de final da Divisão de Acesso ainda em meio a uma metamorfose. Após cinco temporadas seguidas na primeira divisão e conquista de uma Recopa Gaúcha, o cenário mudou de forma drástica. Em 2017, a queda e junto dela, o menor poder de investimento a cada ano. Para essa temporada, um grupo formado por jovens. O técnico é um ídolo do clube, Serginho Almeida, que aposta na velocidade da transição e bola parada para surpreender os adversários.

Em meio a juventude, também há jogadores com certa estrada, caso do capitão Alexandre Bindé, 35 anos, Igor Cambraia e da mais recente contratação, Diego Carioca.Mesmo sempre no G-4, o Lajeadense confirmou a classificação apenas na última rodada, ao empatar em casa em 1 a 1 com o São Paulo, de Rio Grande. O discurso é de que a partir de agora é tudo novo, começando pelo Esportivo.

Em mata-mata, vencer em casa é fundamental, principalmente quando a segunda partida é longe de seus domínios, caso do confronto contra o Esportivo. E neste quesito, o Lajeadense não foi nada bem. Em sete partidas foram apenas uma vitória, cinco empates e uma derrota. Sendo que marcou apenas quatro gols.
Para Almeida, tudo fez parte do processo de amadurecimento. “Temos um time novo, uma das menores média de idade da competição. Eles não sentiram a pressão e nos trouxeram a classificação. Agora vamos nos preparar para seguir brigando pelo acesso”, frisa.

Para o primeiro jogo, o técnico sabe que não poderá contar com zagueiro Eduardo, o Du, suspenso. Lucas, deverá ser o substituto. A semana para trabalhar foi exaltada pelo técnico. “Tivemos uma semana cheia de trabalho, isso foi importante para nós. Trabalhamos a cabeça dos meninos, tiramos essa ansiedade deles para fazer uma grande partida”, pondera.

“Não podemos subestimar nenhum adversário até o acesso”

Se antes da bola rolar, o Esportivo já despontava como um dos candidatos ao acesso para a Série A. Passados 14 jogos e mesmo com o início do sempre perigoso mata-mata, o Alviazul segue como favorito e muito se deve ao seu comandante, Carlos Moraes.

O resultado do campo foi fruto de uma série de decisões durante todo o decorrer do campeonato, como revela o técnico. “Ela (campanha) foi um reflexo do nosso planejamento desde a montagem do grupo experiente e com opções de qualidade para reposição, e de uma pré-temporada muito bem feita por todos nós dentro do clube”, assegura.

A vaga nas quartas de final restando quatro partidas, levou a equipe a uma queda de rendimento, o que não altera a avaliação do técnico sobre a campanha. “Foi de certo ponto muito boa, mesmo com um certo relaxamento em função da classificação com antecedência. Mas contra o Ypiranga retomamos a concentração e o futebol. Acima de tudo isso, conseguimos descansar os atletas, dar rodagem aos outros. Isso agora no mata-mata é fundamental”, destaca.

Esquema tático e a solidez defensiva

O Esportivo alternou sua ideia tática entre linha de quatro e três defensores durante os jogos. A segunda foi a que mais rendeu bom futebol e resultados para a equipe bento-gonçalvense.

Moraes comentou se novas mudanças de esquema podem aparecer agora nos mata-matas. “Com três zagueiros e dois alas, conseguimos ter uma saída de jogo qualificada e recuperar a bola mais perto do gol. A ideia é manter o que deu certo seja no esquema como também em jogadores, ao menos para esses jogos do Lajeadense”, sustenta.

O Esportivo tem a quarta melhor defesa, com 11 gols. Uma solidez vista como fruto do coletivo. “Não são apenas os laterais ou zagueiros. Tem a ver com o todo, desde o pessoal do ataque que está disposto a voltar, marcar volantes, lateral. Conseguimos passar essa mensagem e os atletas corresponderam muito bem”, enaltece.

Os confrontos com o Lajeadense na visão do técnico

Manter sua equipe organizada como foi até aqui e ter atenção redobrada aos perigos que o Lajeadense possa trazer nos dois confrontos de quartas de final é o desejo do técnico para o confrontos. Moraes, prevê jogos disputados. “É uma equipe jovem e que atua motivada e com intensidade, querendo provar seu valor e ajudar o clube que passa por um momento complicado. É uma leitura de jogo lá e outra aqui, na nossa casa. Vestiário fechado, cuidados redobrados e organização em campo para irmos as semifinais”, analisa.

Além disso, Moraes deu um recado bem claro e objetivo, que serve não apenas aos atletas, como também aos torcedores do Esportivo. “Não podemos subestimar os adversários. E já falei com os atletas que esse momento é diferente, não precisamos ser uma equipe espetacular, mas sim passar de fase, seja no tempo normal ou pênaltis. Estaremos preparados”, frisa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fotos: Divulgação e Enio Bianchetti