De acordo com psicóloga, técnicas de respiração e hábitos saudáveis podem ajudar a controlar a ansiedade no Exame

Manter a calma antes da prova, estar atento ao conteúdo, pontualidade e organização são questões fundamentais para se dar bem no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). Isso tudo complementa o ano de estudos e de dedicação ao conteúdo. Para ajudar os estudantes nesse momento decisivo, o Semanário conversou com a psicóloga do Pré-Vestibular Método Medicina, Tatiane Kunzler, que deu dicas práticas para diminuir a ansiedade, além das estratégias que devem ser utilizadas para a realização da prova.
Diferente dos demais anos, o Enem está sendo aplicado em dois domingos consecutivos, o que tem trazido mais tranquilidade aos estudantes. Na avaliação do Governo Federal, o número de candidatos desclassificados na primeira etapa – por atraso ou descumprimento de regras – foi menor do que nos anos anteriores, enquanto a abstenção foi de 30,2%.
Segundo Tatiane, os problemas mais comuns, em nível de ansiedade e nervosismo, como crises de pânico e de choro, podem ser resolvidos com exercícios e organização. “Nesse momento o estudante está bastante angustiado. Aquele tipo de pensamento ‘será que estudei que chega?’. acaba produzindo muita ansiedade. Ele pode ter certeza que fez um bom trabalho no ano”, comenta. No caso do Método, a psicóloga conta que são priorizadas medidas preventivas.

Exercícios de relaxamento

Outra dica de Tatiane diz respeito aos hábitos adotados pelos estudantes nos dias que antecedem a prova, como, por exemplo, praticar exercícios físicos, manter uma alimentação diversificada e buscar formas saudáveis de descarregar a ansiedade. “A sugestão é que o candidato possa seguir a rotina também nos dias de Enem. “Não precisa fazer nada mirabolante. Uma atividade física na manhã de domingo, como uma caminhada, é uma boa sugestão”, afirma.
Para manter a ansiedade controlada, a psicóloga recomenda a prática de exercícios de relaxamento. Ela aponta que a respiração diafragmática pode ser feita ao longo de todo o ano e ajuda a controlar crises de pânico, de choro e o mal estar orgânico. “A dica central dentro dessa técnica é inspirar mais curto e expirar mais longo. Expirar é o que estabiliza o problema”, indica.
No domingo, 12, serão aplicadas as provas de Matemática e Ciências da Natureza, com 4h30min de duração, enquanto no primeiro dia os candidatos foram testados em Ciências Humanas e Redação. Os portões ficam abertos das 12h às 13h e a exame inicia às 13h30min.

Antes da prova

A recomendação da psicóloga Tatiane Kunzler, do Método Pré-Vestibular, é que o estudante se projete para um momento de conforto e relaxamento na meia-hora entre o fechamento dos portões e a prova. “Em um encontro de amigos, em uma praia, um lugar que ele curta”, observa.
Ela explica que, para a mente, pouco importa se a experiência é real ou não e que isso auxilia a manter a calma nos minutos que antecedem o exame. “É comum que eles estejam nervosos nessa situação, então uma boa dica é buscar mentalmente momentos relaxantes”, complementa.

Durante a prova

Tatiane observa que o segundo dia exige estratégia do aluno, que deve entrar na sala com o planejamento sobre por onde pretende começar e quais as técnicas que vai utilizar para realizar a prova. “São três dicas principais: gestão de tempo, marcar na folha conforme for respondendo as perguntas e pular as questões difíceis”, enumera.
A psicóloga salienta ainda a memória é uma rede de conexões e que pontos que foram esquecidos podem ser retomados com associações. “Ela é inversamente proporcional, quanto mais insistimos mais amplia a pane”, ressalta. Além disso, Tatiane diz que os alunos podem escolher a ordem para responder às questões.

 

Correção da redação considera cinco competências

A redação é uma das avaliações mais importantes do Enem e merece atenção especial. A forma como é corrigida, no entanto, ainda causa dúvidas em muitos estudantes e foi objeto de debate nas avaliações anteriores. De acordo com o Manual do Candidato, o texto é corrigido por pelo menos dois corretores, que consideram até 200 pontos por cada critério avaliado.
Nos anos anteriores, houve casos que o texto continha piadas e não foi zerado, como a situação da receita de macarrão instantâneo. Além disso, redações com graves erros gramaticais tiveram nota máxima. Em virtude dessas incoerências, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) tornou os critérios de avaliação mais severos e transparentes.

Dois avaliadores ou mais

O texto é corrigido por dois professores, que avaliam cinco competências, valendo 200 pontos cada. Se a diferença total da nota de cada corretor ultrapassar os 100 pontos, ou se ultrapassar mais de 80 pontos em cada competência, a redação é corrigida por um terceiro corretor.
Além disso, se uma redação receber a nota total dos dois corretores, obrigatoriamente passará por uma banca com mais professores. A partir de 2016, também passou a ser considerado o novo acordo ortográfico, o que configura as normas antigas como erros gramaticais.

 

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