Aqui chegado, o imigrante italiano viu-se ilhado, geograficamente, economicamente e socialmente.

                “Longe dos centros urbanos e comerciais, sem contato com a vida dos gaúchos, os imigrantes continuaram falando a língua de seu país, e a viver segundo suas tradições e costumes. Esse isolamento favorecia a formação de uma homogeneidade cultural.”

                Vindos do norte da Itália, falavam dialetos usados em suas províncias de origem como o Vêneto, Trentino, Milanês, Bergamo, Lombardo etc… Que iam formando, uma melhor forma de se comunicar. Os costumes e tradições italianas foram preservados, durante várias gerações. O isolamento que viviam permitiu essa conservação, que dá a região, características que a distingue do restante do Estado. Se observarmos, cuidadosamente, todas as manifestações culturais italianas, veremos justamente, que esta permanência pouco a pouco começou mudar, sob uma grande influência dos meios de comunicação: toda a cultura da Colônia Italiana, eminentemente popular, está centralizada no entorno da Igreja, com festas e em volta da família, com canções que era o meio mais comum de externar seus sentimentos.

                O que mais caracterizava as festas na região colonial italiana e mesmo o da vida de todos os dias, era o canto. Os imigrantes cantavam em todos os lugares e em todas as circunstâncias, no trabalho, na Igreja, em festas, nas estradas e em casa. Esse belo folclore, composto de canções de amor, de saudades, de coragem, de canções de lembranças etc…, conservou-se vivo por muito tempo.

                Os trabalhos domésticos e da lavoura em que se ocupava a família imigrante, mantiveram certas supremacias sobre o ensino escolar. A crença na força do trabalho próprio, fez com que a escola não tivesse importância decisiva na formação e estrutura da comunidade.

                As comidas típicas, os jogos de cartas, o costume de narrativas antepassadas reais, ou fictícias, também são fundamentais no desenvolvimento cultural italiano.

                A organização familiar dos imigrantes fundamenta-se no casamento monogâmico e indissolúvel, com profunda vivência cristã. Era inadmissível alguém separar-se da esposa. Havia uma profunda vivência religiosa. O marido ou pai representava a figura rígida, orientada para a justiça e autoridade. A mulher, ou mãe, era orientada pela bondade e compreensão. O nome da família é dado pelo marido. A esposa perdia o sobrenome com o casamento. Assim, muitos filhos de imigrantes têm dúvidas, sobre o nome da própria avó, que não conheceram. O setor administrativo cabia ao homem.

                Com relação aos filhos, o conceito religioso não admitia, sequer, que se falasse em controle de natalidade, desta maneira, as famílias se tornaram numerosas e os filhos eram vistos como uma ajuda necessária ao trabalho.

                “Assim, somos um polo de atrativo turístico por buscar em nossa região as manifestações culturais ainda marcantes nos descendentes dos imigrantes.”