A Secretaria da Saúde realizou a primeira reunião do Comitê de Avaliação e Monitoramento dos Eventos de Saúde Pública. No encontro, na quarta-feira, 9 de outubro, foi reforçada a atenção quanto à circulação do sarampo, que já chega a 15 casos confirmados no RS, e o aumento registrado na dengue em 2019, com a possibilidade de ser ainda maior no próximo ano. A atividade foi presidida pela secretária Arita Bergmann e também contou com a presença de represenantes de outras secretarias estaduais, de municípios e órgãos de saúde.

A secretária disse que é momento de “se tomar providências e traçar estratégias conjuntas”. Ela ressaltou que as ações precisam ir além do campo da saúde. “São situações de risco que demandam nossa atenção para proteger e informar a população”, afirmou Arita.

O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) confirmou nesta semana dois novos casos de sarampo. Um deles um residente de Ijuí (com histórico de viagem ao Paraguai) e o outro uma mulher moradora de Gravataí, mãe de um bebê que na semana passada já havia tido a doença confirmada.

Situação epidemiológica do sarampo no RS:
– Casos notificados: 381
– Casos descartados: 334 (87,7%)
– Casos confirmados: 15 (3,9%)
– Em investigação: 32 (8,4%)

Casos por faixa etária:
– Menor de 1 ano: 3 casos (20% do total)
– Entre 15 e 19 anos: 5 casos (33,3%)
– Entre 20 e 29 anos: 4 casos (26,6%)
– Entre 30 e 39 anos: 2 casos (13,3%)
– Maior de 50 anos: 1 caso (6,6%)

Município de residência:
Porto Alegre – 8 casos
Gravataí – 3 casos
Cachoeirinha – 2 casos
Dois Irmãos – 1 caso
Ijuí – 1 caso

Entre as ações desencadeadas e recomendadas está a investigação imediata dos casos suspeitos e bloqueio vacinal de contatos próximos a esses. Além disso, foi recomendado pelo Ministério da Saúde a vacinação com uma dose extra para crianças de 6 a 11 meses, que se chama de “dose zero”.

O objetivo é intensificar a vacinação desse público-alvo, que é mais suscetível a casos graves e óbitos. A medida preventiva indica a aplicação como uma “dose zero”, já que ela não substitui a primeira dose contra o sarampo no Calendário Básico Infantil, dada aos 12 meses de idade com a vacina tríplice viral (que também protege contra a rubéola e a caxumba). A proteção é completada aos 15 meses com a tetra viral (que previne ainda contra a varicela, também conhecida como catapora).

Como a vacinação é a forma mais eficaz de prevenção, neste mês também está em desenvolvimento uma campanha de vacinação para a atualização da caderneta das crianças menores de cinco anos, para que as que não estejam com as doses em dia possam receber a imunização.

O sarampo é uma doença infecciosa grave, causada por um vírus. A transmissão ocorre quando o doente tosse, fala, espirra ou respira próximo de outras pessoas. Qualquer indivíduo que apresentar febre e manchas no corpo (exantemas) acompanhado de tosse, coriza ou conjuntivite deve procurar os serviços de saúde para a investigação, principalmente aqueles que estiveram nos 30 dias anteriores em viagem a locais com circulação do vírus. Casos suspeitos devem ser informados imediatamente às Secretarias Municipais de Saúde ou para o Disque Vigilância, por intermédio do número 150.

Dengue

Outro ponto tratado na reunião foi a situação da dengue e o alerta de que os casos possam ser ainda maiores na temporada 2019/2020. Um dos motivos para isso é o grande número de cidades com a presença do mosquito transmissor, o Aedes aegypti. São 372 municípios no Estado classificados como infestados, que cobrem 93% da população do RS. Desses, 85 cidades têm a infestação considerada como alto risco (quando mais de 3,9% dos imóveis vistoriados apresentam criadouros de água com larvas do inseto).

Neste ano, já são 1.305 casos confirmados no Estado, sendo 1.121 autóctones, ou seja, com transmissão dentro do RS. São 81 cidades até o momento com casos confirmados, 45 delas com casos autóctones.

Comitê

O Comitê de Avaliação e Monitoramento dos Eventos de Saúde Pública foi instituído oficialmente em setembro deste ano. A atuação busca facilitar a tomada de ações de monitoramento e resposta em situações que podem constituir potencial ameaça, como surtos e epidemias, doenças de causa desconhecida, alteração no padrão de doenças conhecidas, levando em conta a disseminação, gravidade e vulnerabilidade desses agravos. Na reunião desta quarta-feira, além de técnicos do Cevs, estiveram presentes representantes das secretarias estaduais da Educação, Segurança Pública, Defesa Civil, Articulação com Municípios, assim como da Secretaria de Saúde de Porto Alegre, Anvisa e Fiocruz.

Fonte: Ascom SES RS