O BOLSA ATLETA

Ao ir até o Salão Nobre da Prefeitura ouvi que “este salão, com sua tradição e história, que recebeu Presidentes e as mais altas autoridades da República, não será mais só palco dos grandes eventos, mas também palco dos principais eventos do Município”. Assim é que sediou a cerimônia de outorga do certificado de concessão de bolsa para o desenvolvimento de esportes individuais e coletivos, de natureza olímpica. Estava lotado, na mesa de fundo, depósito de troféus e medalhas conquistadas dos atletas presentes, em competições. Cada atleta contemplado era chamado para receber o direito a bolsa. O Secretário de Esportes Eduardo Virissimo estava muito emocionado, o Prefeito Diogo muito orgulhoso. No passado eu defendi que o estádio, hoje MONTANHA DOS VINHEDOS, fosse transformado em CENTRO OLÍMPICO, na formação de jovens para a disputa de modalidades olímpicas e no estádio da Montanha o Esportivo fizesse um empreendimento imobiliário. Tivesse feito isso seria hoje um dos clubes mais ricos do interior do estado, teria um estádio municipal para disputar grandes jogos, poderia comprar um centro de treinamento e, os pequenos jogos poderia disputar na praça de esportes do empreendimento imobiliário do Estádio da Montanha. Um projeto fantástico foi elaborado e rechaçado. Um erro histórico. Daí minha alegria de ver que o incentivo aos esportes olímpicos está sendo conduzido com muita dedicação e propriedade. Virissimo disse que “em 2022, 6,5 milhões de reais foram aplicados no esporte, em incentivo a formação de atletas e melhorias de praças de esportes”. O Prefeito afirmou que “não deverá haver bairro sem uma quadra esportiva, seja de que modalidade for”. Fui convidado pelo pessoal do CLUBE DO TIRO (Claudio Machado) a participar de um jantar na próxima quinta-feira. Perguntei: “qual a arma que devo levar”? Me lembrei de quando servi o exército (47 dias, tiveram que me dispensar porque eu recebi a minha carteira de piloto privado), tinha uma aula de tiro. O Sargento Rodrigues era instrutor, numa aula mandou desmontar um fuzil das mãos de cada soldado, desmontei o meu, mas não consegui remontar, ele ajudou, tinha sentido, eu namorava a filha dele ALINE, que era minha colega no então COLÉGIO ESTADUAL. O Sargento Rodrigues me transferiu para ser auxiliar de cozinheiro. Todo dia era feijão, arroz, carne de panela queimada. Eu servia a comida, uns me pediam, “bota mais um pouco de carne”, aí ia mais uma “ração”. Sempre fui da paz, minha arma de “tiro ao Álvaro” é a palavra. Vou para a reunião do Clube do Tiro com uma bandeira branca. Talvez peça emprestada uma arma de pressão, essas de festa de igreja.

A “MALEDETA” MATEMÁTICA

Resultado das provas do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do RS apontou que 96% dos alunos do 3° ano do Ensino Médio da Rede Pública do RS tiveram desempenho abaixo do esperado em MATEMÁTICA. Há cerca de 20 anos tive um funcionário que veio até mim e disse: “Seu Henrique, eu tenho um POBLEMA, precisaria de ajuda”. E eu: “Toninho não é POBLEMA É PROBLEMA”! E ele: “mas o meu é um POBLEMA não um PROBLEMA”. E eu: “como assim Toninho?”. E ele: “sim, porque POBLEMA É O DA PESSOA e PROBLEMA É O DA MATEMÁTICA”. E eu: “ok, você venceu, então qual é o teu POBLEMA”? E ele: “é a minha namorada…”. Eu sempre tive problema com a matemática, mas algumas coisas restaram como por exemplo: vejo pouca gente, pouca mesmo, sabendo fazer a regra de três, a uso seguido. O Professor Raimundo, meu professor de antigamente, era um excelente professor de matemática e física, o túnel da tolerância em que passávamos era grande, escapulíamos por aí. Esses dias, fui numa reunião de pais com os professores. A fila da professora de matemática era interminável, o grande problema dos alunos do segundão era a matemática. Essa semana minha filha fez uma prova de matemática, foi um estresse, resultado vem terça que vem, há uma expectativa contaminante familiar enorme. Bem então, o levantamento do governo do estado não aponta surpresas, a “matemática” sempre nos “perseguiu” e sempre vai nos “perseguir” a vida toda. Querem ver? Digamos que esse mês, o salário de uma família seja de seis mil reais e as despesas sejam ‘de sete mil reais, essa é a mais terrível das contas matemáticas. Daí decorre também que, segundo pesquisa recente da DATAFOLHA, “23% dos brasileiros dizem que não tem comida suficiente em casa, foram ouvidas 2.280 pessoas com 16 anos ou mais, nos dias 29 e 30 de março, em 126 cidades. No entanto, 62% dizem que a comida é suficiente e, 15% dizem que a comida é mais do que suficiente. Então, somando e subtraindo matematicamente, para 77% da população “pode não ter picanha na mesa, mas comida não está faltando”. Ainda sobre o assunto li que “os alunos brasileiros chegam ao ensino médio sabendo menos que seus colegas de outros países”, segundo o Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes, que avalia as habilidades de leitura, matemática e ciências de estudantes de 15 anos de mais de 72 países e economias. Em leitura o Brasil ficou em 57º lugar; em matemática em 70º lugar e, em ciências em 64º lugar. “No Brasil convencionou-se ensinar nada, praticamente nada, até o 5º ano. Depois, muito pouco até o 9º ano e tudo fica complexo no ensino médio”, lamentou Ilona Becskeházy, mestre e doutora em política educacional. Situação complicada em que o PROBLEMA vira também POBLEMA.

O TEMPLO EDUCACIONAL ESCALABRIANO

A sociedade brasileira está cada vez mais desestruturada. É muito casa-descasa, muito ajuntamento que não dá certo, muitos filhos que vão ter que “dar de si”. Os colégios ensinam, não educam. Educação é com os pais, missão muito transferida também aos avós. Meu avô me educou, meu pai pagou meu ensino. Vim do “Barracão City” para a cidade aos 12 anos “armado e perigoso”. Esses dias fui fazer uma visita a Irmã Isaura, Diretora do Medianeira, cuja sapiência, intelectualidade e liderança, sempre enalteci ao longo dos anos. Fui recebido como se fosse um príncipe, presentes também a Irmã Lourdes e a gestora Sirlei. Uma Isaura jovial, espirituosa, que leva também uma vida prazeirosa em torno de viagens e busca de conhecimentos, os anos parecem não passar. “Vou ficar em atividade mais dois anos, depois vou correr o mundo viajando, tenho aconselhado os pais para dar oportunidade aos filhos para viajar, acho muito importante”. Encontrei um Colégio limpo, agradável, bom astral, organizado nos detalhes mínimos, tenho história ali, mais adiante vou falar a respeito. Uma direção não só preocupada com o ensino, mas também com a educação, com a orientação das crianças e jovens em relação ao futuro. Ganhei um mimo, uma garrafa de vinho e uma caneta, coisa chique, gesto simpático, agradeço, meu maior presente foi ter estado ali.

A FELICIDADE DOS BRASILEIROS

Em certa ocasião, anos passados, eu estava em Milão, na fila para ingressar, no DUOMO quando, nos degraus em frente a Catedral, tinha um grupo de chineses, uma família talvez, alegres, sorridentes. De repente, eles abriram suas bolsas e começam a comer o lanche. Veio a “poliça” e esquadrou: “não podem comer aqui, né! Em italiano, é claro. Em meio a sorridentes he, he, he, os chineses guardaram os lanches. Os guardas viraram as costas e os chineses voltaram a comer. Eu estava sentado no lado. Os guardas voltaram furiosos e enquadraram de novo, desta vez bradando: PASSAPORTO (passaportes)! Aí os chineses ficaram atrapalhados porque eles não tinham consigo os passaportes. Eu não sei falar chinês, a única coisa que sei dizer em chinês é “TACA A FACA NA VACA”, se soubesse teria ajudado. Os guardas, tolerantes, fizeram vista grossa mas decretaram: VIA DE QUÁ (fora daqui)! E lá se foram os chineses, sorridentes, com suas bolsas cheias de lanche debaixo do braço. Tu corre o mundo e tu vê “bando” de chineses, jovens, adultos, idosos, cadeirantes, alegrões da vida. Como ser um chinês feliz se a população é tão grande que eles teriam que caminhar “com uma sinaleira nas mãos”? Mas são felizes. Segundo pesquisa intitulada GLOBAL HAPPINESS STUDY (estudo mundial da felicidade), feita com 22.508 pessoas, entre 16 e 74 anos, em 32 países, em dezembro de 2022, 91% dos chineses se declararam felizes; 86% dos habitantes da Arábia Saudita também; 85% dos Holandeses também, e 84% dos indianos também. No Brasil, 83% dos entrevistados consideraram-se muito felizes ou felizes, um aumento de 20% em relação ao levantamento feito em 2021. “Vencer o COVID, reforçou o sentimento de felicidade do brasileiro”, disse Marcos Calliari, CEO da IPSOS no Brasil. Os chineses, os sauditas, os holandeses, estão invadindo a europa espraiando felicidade. E, os poucos brasileiros que estão no exterior, tu identifica de cara, são alegrões, atalham caminhos, furam filas, carregam a mala 10 quadras em direção ao Hotel cantando o Hino Nacional, visitam estádios de futebol, cumprimentam com gestos a quadra inteira. São todos originais e, mesmo sendo felizes mudaram a história política do país, talvez na busca do êxtase da felicidade, com a promessa da “picanha”. Até agora levaram “picadas” mas, viva a democracia, mesmo estando sob controvérsia.

A FELICIDADE DE BENTO

Parece estar “chamuscada”. Esta semana me impressionei, ouvi mais de 4 pessoas do povo pensando em comprar uma arma. Os pais estão apavorados, a população está com medo. LULA quer DESARMAR e a população de Bento quer se “ARMAR”. Quem vai espantar nossos medos? A Brigada está na porta dos Colégios e, longe deles, quem vai aquietar Bento? Éramos ou, ainda somos, uma cidade feliz? Somos uma “colméia” de trabalho, mas estão nos tirando o mel? Tudo estaria virando MELDA? Não desanimem, a FENAVINHO/EXPOBENTO, FIMMA/MOVELSUL e a FIEMA vem aí. Se não bastar, vista sua roupa de missa e passeie pela VIA GASTRONÔMICA. Se o seu espirito depressivo não desaparecer vá aos sábados à tarde ou domingos para a deserta Via Del Vino e curta sua nostalgia, tenha sorte de encontrar a Igreja aberta para uma conversa com Deus, mas sorria, você estará sendo filmado. É bem melhor do que pensar em comprar uma arma. Se você mora num bairro, curta a praça de esportes que os Prefeitos fizeram ou vão fazer, e tenha em mente de que “o segredo da felicidade é estar contente com o que se tem”. Será esse o segredo dos brasileiros? Ou será o TIK TOK? Quem sabe talvez, o BIG BROTHER? Chega, tô indo embora, até sábado que vem, obrigado por me lerem, mesmo que haja controvérsias. Meu avô dizia que “para viajar bisonha i soldi, elora toca lavorar”, e que “qui mal no pensa, mal no fá”.