Sobre os que se foram

• Trabalhei quando jovem, por dois anos, na empresa IRMÃOS LUCHESE, localizada no Barracão. A empresa produzia ferramentas agrícolas, que vendia, fundamentalmente, para a Souza Cruz, de Santa Cruz. A empresa era próspera, altamente lucrativa, referência, conduzida pelos irmãos Ângelo (The Boss), o Elias (o cabeça), Idalino (relações institucionais), Albino (Diretor Industrial) e Guilherme (o pensante). Eu era auxiliar de escritório, faturamento, cobrança, essas coisas. Vez por outra eu descia na seção de pintura, que era manual, lá estavam sempre – trabalhando duro, a Ivone e a Ivana. De vez em quando eu ia lá dar uma “força moral” e fazer um RP. A Ivone cuidava também do Armazém. Era comunicativa, sorridente. Solidário, eu ia lá ajudar a preparar os ranchos dos funcionários. Um dia a Souza Cruz comunicou que não compraria mais as ferramentas da Luchese, que ela mesma faria para seus fornecedores, os fumicultores. A Luchese ruiu e os filhos vieram para a cidade. Ivone casou com o Jandyr Ozelame, notabilizou-se inclusive como professora de italiano. Seu filho Luiz, tornou-se um engenheiro bem sucedido, conduziu, por anos, com muito sacrifício, o Esportivo e está vendo seus esforços valendo a pena com o equilíbrio e prosperidade do Clube como Instituição. Luis foi eleito Presidente do Conselho Deliberativo do Clube, certeza de competência e qualidade pessoal, na sucessão de Gilberto Durante. Luis perdeu a mãe Ivone e eu perdi uma grande amiga com a qual eu não alimentava relações há anos, a não ser em esporádicos encontros sociais. Lamentei profundamente. Quando perdemos pessoas amigas e de qualidade ficamos prostrados.

• Eu gostava do estilo, do perfil, da dinâmica operacional do Professor Alex Bareta. Acometido pelo vírus, ele, nas redes sociais, alertava para que as pessoas se cuidassem. Retribuí incentivando a luta e a fé. Fui surpreendido, o vírus venceu. Visão diferenciada da política, paixão pela educação, pelo meio ambiente saudável, tudo isso se foi com o Professor, uma ausência que desnorteou a família e os amigos.

• Perdi também esses dias, Luiz Castagnetti, meu compadre, meu grande amigo, meu parceiro de grandes e felizes jornadas, de caçadas hilariantes, de comilanças que começavam às 10h e terminavam à meia noite. Luiz foi, inclusive, meu protetor, meu incentivador, meu conselheiro, sempre também solidário nos caminhos que percorri. Um dos episódios marcantes na nossa relação: fomos caçar perdizes em Cachoeira, num campo que ele conseguira. Eu, meu pai e ele. Chegando lá, meu pai me emprestou o cachorro e, a espingarda italiana dele. Ao chegar, nos separamos. Lá fui eu passando de cerca em cerca para chegar no alto da colina. Chegando lá, não precisou de muito trabalho para eu ter, nos pinduricos, minha cota de 15 perdizes, depois de ter atravessado a última cerca e tido uma conversa mental com dois touros e duas vacas que estavam à minha direita. Eram tantas as perdizes que nem o meu estrabismo impediu de abatê-las. E meu cachorro, o do meu pai, não precisou nem trabalhar. Satisfeito e orgulhoso, sentei, com o cusco agradecido no lado. E vi que lá, de longe, vinha vindo em minha direção, um trator conduzido por um rapaz. Vinha de longe, eu havia atravessado umas oito cercas. Ele chegou ao meu lado e foi logo perguntando: “o senhor não tem muita experiência em caçada, certo?”. “Não – eu disse – essa é a terceira”. “Logo se vê”, disse ele. E eu “porque esta dedução?”. Ele respondeu: “o senhor está vendo aqueles touros ali?”. “Sim”, eu disse. “Pois é, não sei como o senhor ainda está vivo, eu vim lhe socorrer, suba no trator que eu lhe dou uma carona.”Ele não terminou de falar eu já estava em cima do trator e pensando “valeu a minha comunicação mental com meus ‘amigos’ touros”. Olhei para eles, eles olharam para mim e…fui! No caminho eu perguntei sobre as cercas, ele disse “o senhor ultrapassou oito propriedades, cada cerca é uma, esta é a nossa, os touros são nossos”. E eu “e as perdizes?” “As perdizes tu pode ficar, eu estou preocupado com tua vida.” Abraços agradecidos de despedida, mais uma caminhada em direção ao meu pai e ao Luiz, que demoraram para chegar. E chegaram de mãos vazias, cansados e sem nenhuma perdiz. Salvei a moral da pensão. O Luiz, brincalhão, amarrou as perdizes nos espelhos retrovisores do carro e partimos, eu todo orgulhoso. Uns cem quilômetros adiante, paramos num posto para abastecer, desci do carro e ao lançar um olhar sobre as perdizes, cadê as perdizes? Elas foram perdidas ao longo da estrada. O Luiz teve que encontrar um bom lugar para se esconder no banheiro do posto. Recompostos, após um debate verbal próprio de gringos, seguimos viagem. Foi a minha última caçada, todas elas desastrosas (ovelha não é pra mato!). Nesta, eu me escapei da morte através dos chifres dos touros e perdi, bisonhamente, as perdizes, abatidas em 10 minutos – recorde Guinnes. Perdizes agora, só as prometidas pelo Jamirton Benazzi.

O vírus nosso de cada dia

  • Já se pode falar assim porque ele está onipresente.
  • No leste europeu, há um vírus esperando em cada esquina.
  • A Itália está combatendo ferozmente a terceira onda.
  • A Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) está alertando para o risco de nova piora no Brasil, com altas taxas de hospitalização e na mudança da faixa etária de vítimas.
  • Campanha de vacinação contra a gripe já está em andamento. Mas, aqueles que estão na campanha de vacinação do Covid-19, devem fazer a vacina da gripe 15 dias após a primeira dose ou dose única da vacina do Covid, e 15 dias após a segunda dose da vacina ou dose única. É assim que as autoridades sanitárias estão orientando.
  • A proteção das vacinas contra o Covid-19 é de um ano, estimam – eu disse estimam – as autoridades sanitárias. É possível que tenha que ser feita a vacinação anual. A imunidade da vacina começa a fazer efeito, dizem as autoridades, uns 15 dias após a primeira aplicação da segunda dose ou dose única. Mesmo diante dessas estimativas, a vacinação não é garantia de nada, há gente já vacinada contraindo o vírus novamente.
  • O mundo já conta com mais de 400 milhões de pessoas vacinadas.
    A Colômbia anunciou o confinamento de 12 milhões de pessoas contra a terceira onda do Covid.
  • A chance de o contato com uma superfície contaminada levar a uma infecção é de 1 em 10 mil, segundo artigo do CDC, dos Estados Unidos.
  • Especialistas sugerem foco na ventilação dos ambientes e lavar a mão com água e sabão.
  • Direita e esquerda na França compartilham preocupação sobre o risco Brasil no Covid-19. A França, país de esquerda, é a campeã mundial de gente morando debaixo de pontes e viadutos e o problema social é insolúvel, porque eles não se preocupam com isso?
  • Brasileiro não pode voar para país nenhum, mas outros países enfrentam problemas com o vírus piores que o nosso.
  • Brasileiro é o 2° turista mais rejeitado do mundo, 116 países estão impondo barreiras, levantamento foi feito pela Associação Internacional de Transporte Aéreo.
  • Por fim, mais uma informação: vacinados contra a gripe adoecem menos, ou de forma menos grave, de Covid-19, dizem os médicos que examinaram dados de 27.201 pessoas no estado de Michigan, Estados Unidos.
Delegado Álvaro Becker, na foto com um grupo de policiais, todos vacinados com a 1ª dose contra o Covid-19. E fizeram doações de cestas básicas. Vale reprisar o registro