PORQUE UM NOVO HOSPITAL É NECESSÁRIO

O episódio que vou contar ocorreu há cerca de 50 anos. Fui solicitado, pela assessoria do então Deputado Federam Paulo Mincarone a comparecer a uma reunião que ocorreria na Câmara de Vereadores, reunindo líderes sindicais ligados aos trabalhadores com o Deputado. Fomos chegando, um senta aqui, outro acolá, aguardamos por uns 40 minutos quando chegou o Paulo. Olhou o cenário e, imediatamente, reuniu, ele próprio, cadeiras em forma de meia lua, sentou na frente e, ainda ofegante, pela dinâmica que impunha a sua atuação, foi direto na sua colocação, pois já estava de certa forma familiarizado com as pessoas: “olhem só, eu tenho possibilidade de trazer, de Brasília, dinheiro suficiente para a construção do HOSPITAL DO TRABALHADOR, mas, vocês, representantes dele, terão que administrar o Hospital”. Por um minuto fez-se silêncio a partir do qual o superativo Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Mário Gabardo, disse: “mas Deputado, nós fomos eleitos para presidir os sindicatos e não para administrar hospital”. Diante do silêncio que se seguiu, o Deputado deve ter entendido que era opinião geral. O que ele fez? Levantou e, de forma acelerada, sem se despedir, saiu porta afora. A ideia do Hospital do Trabalhador morreu aí. Não muito distante dos dias de hoje, os Trabalhadores de Farroupilha, estimulados, encamparam o Hospital da Família Roosler e o transformaram no HOSPITAL DO TRABALHADOR. Naufragaram na gestão, a Prefeitura assumiu a bronca, não sei como está sua gestão hoje. Quanto a Bento, Mincarone apoiou-se então em injetar recursos no que se dominou HOSPITAL DA UBE. A UBE era uma entidade estudantil de esquerda, dirigida por pessoas de direita, mas muito ligadas ao Deputado. Com a Cassação dele, perdeu-se suas obras em Bento, a sede da UBE virou anexo da Escola Bento, a Escola de Enologia permaneceu Federal de segundo grau e, o HOSPITAL DA UBE, virou a UPA de hoje. Com o fim da canalização de recursos por parte de nosso Deputado Federal, ficamos carentes até a eleição de Darcy Pozza como Deputado Federal. Através dele vieram recursos para a construção do Banco do Brasil, do Ginásio Municipal de Esportes, do Estádio Montanha dos Vinhedos e outros investimentos que fogem a minha lembrança. Depois disso, sem Deputados Federais nossos, nos limitamos a receber emendas parlamentares, 80% delas encaminhadas ao Hospital Tacchini. Seria preciso que retomássemos nossa presença no Congresso em Brasília, ser Deputado substituto como foi Paulo Caleffi, não é suficiente embora se reconheça, nestas circunstâncias, a grande mobilização que ele fez para a retomada da defesa dos interesses de Bento. Não acho que devamos ter apenas um Deputado Estadual, já esperamos demais por um Deputado Estadual e um Federal, teríamos que investir pesado nisso. E, nem tampouco entendo que alguém, de outro município, possa nos representar em Brasília, na plenitude, resplandecendo nossa grandeza e a defesa de nossos interesses.

O HOSPITAL PÚBLICO

Estranho esse nome pois na minha visão todo o hospital é público. Mas, vá lá que seja, tive muito prazer pessoal de participar, a convite do prefeito Diogo, de seu fiel seguidor e escudeiro vice Amarildo e da Secretária de Saúde Tatiane Fiorio, dos atos inaugurais da Farmácia Pública, visitação das obras até aqui realizadas e assinaturas de contrato das próximas obras a serem realizadas. Fiquei impressionado. A farmácia tem ares de modernidade, bem estar, capacitação de atendimento, por ela passam, segundo ouvimos, 12 mil pessoas por mês. “A população não pode ficar sem remédios e atender bem é fundamental” disse o prefeito orgulhoso. As obras andam aceleradamente, com muita qualidade integrando o prédio novo ao antigo que sofre profundas reformulações. Deveremos ter em Bento um novo e moderno Hospital inclusive com bloco cirúrgico. O Prefeito, quando fala sobre ele se entusiasma, fala do trabalho da Secretária Tatiane e sua competência, da equipe de assessores e funcionários comprometidos com a causa da saúde. “Somos referência em saúde no Brasil, inclusive solicitados a especificar nossas ações em busca de resultados que estamos obtendo, tanto no Tacchini quanto aqui, “disse o Prefeito que, enquanto não conclui o Hospital, compra vagas para cirurgias eletivas não só no Tacchini como em outros hospitais da região.

A IMPORTÂNCIA

Sou militante, focado no ditado “se queres a paz prepara-te para a guerra”, há muitos anos por gabinetes médicos e no Tacchini, na UPA me vacinei, fui bem atendido, se não sou dou um jeito de ser, sempre respaldado no fato de meu nome ser Henrique Alfredo Paciência Tolerância Compreensão Caprara. É uma forma de dominar angústias que envolvem as doenças. Fico dolorido quando vejo pessoas do povo serem mal recepcionadas e, na sequência, serem mal atendidas em Hospitais. E não lhes tiro a razão quando saem criticando ferozmente a Entidade Hospitalar ou Médicos, pelo mau e mororo atendimento. A grandeza e significado de uma Entidade Hospitalar se mede pela qualidade de atendimento é ali que a ação humana se quantifica. Necessitado, um dia, de um diagnóstico médico fui procurar um profissional no Moinhos de Vento. O médico veio me buscar na sala de espera, que não era perto de seu gabinete, após consulta me acompanhou de volta. Em período de férias, procurei médico especializado de um mal que me assolava. Fui encontra-lo ali na Saldanha Marinho, um rapaz de Carlos Barbosa, atencioso, veio me buscar no elevador e me devolveu ao elevador. Contrastando isso tudo tem médicos renomados que nem tem água na sala de espera dos consultórios. Discute-se muito, no momento, a falta de qualificação dos trabalhadores. Esta semana fui a um posto de combustível para calibrar os pneus. Fui surpreendido pela presença de uma menina para quem solicitei, “me calibra os pneus, 35 libras, por favor”. Sabem o que ela fez? Bufou, isso, bufou, com ares de insatisfação. Acelerei o carro e fui embora. Imaginem um atendimento desses, não comprometido, em uma entidade hospitalar ou posto de saúde, que não envolve só ar dos pneus, mas sim, dor, preocupação, emoções, angústias, ansiedade. O Tacchini contratou equipe de São Paulo para melhor qualificar o atendimento, estão em andamento profundas mudanças, seu Conselho e sua Direção sabem onde estão os problemas, primeiro passo para sua solução. No agora Hospital Público, na UPA, no TACCHINI, seja qual for a hora, seja qual for a natureza da doença, seja qual for a dor que é subjetiva, o atendimento imediato, sem longas horas de espera, e atencioso, solidário, é imperativo. Que se busque a evolução, mas, humanizada. Como diz o Prefeito “o cidadão merece respeito”.

CURTAS E PODEROSAS

• Pelotas criou a RUA DO DOCE, o espaço fica no coração da cidade, ao contrário de nossa RUA COBERTA que fica “onde não tem nada a ver”. O local vai ter espaço para doceiras, sanitário público, bancos, floreiras, essas coisas. Gosto muito de Pelotas e seu Centro Histórico. Vou até lá, vou querer “Mil folhas com massa fina e bastante creme”; bombas com bastante creme; docinhos de Nutella e docinhos de nozes. Meia dúzia de cada! Por aqui, quando vem, quase sempre, o sagu com creme, peço que venha “bastante creme com molho de sagu”. Porca pipa! Entenderam porque que eu vou aos médicos?

• Especialistas dizem que, para acabar com a pobreza no Brasil, seria preciso gastar menos em transferência de rendas do que os 89 bilhões do Auxílio Brasil, e investir em programas de maior atenção as crianças e as diferenças regionais.

• Por falar em atendimento, Justiça de SERGIPE determinou que o fantástico restaurante TERRAÇO ITÁLIA, localizado em São Paulo, indenizasse, com dois mil reais, cliente que “tendo ido lá de bermuda, foi constrangido pelo restaurante com proibição e, permanência condicionada ao uso de uma calça emprestada por um garçom”. O cliente voltou a mesa segurando a calça com uma mão, a circunferência de sua pança era bem menor do que a da calça.

• Pesquisa levada a efeito pela DATAFOLHA, aquela empresa das pesquisas eleitorais, apontou que 73% das pessoas entendem que a educação sexual deve estar no currículo escolar. Concordo, então são 73% mais eu que não fui ouvido.

• Ouvi pessoas externarem a satisfação de ver o Clube Aliança novamente lotado, ao comemorar seus 116 anos. O que fazem as Entidades, as instituições, as empresas, são os dirigentes. Se o Esportivo ganhar ou empatar com Lajeadense amanhã será por mérito dos dirigentes, que souberam canalizar apoios, constituir uma boa equipe. Tradição e beleza arquitetônica não ganham jogos, não ganham guerras, não provocam conceitos.

DESEJO: que as crianças de Bento chorem de emoção com o retorno do Esportivo a primeira divisão, como esta da foto que chorou no Beira-Rio com o INTER obtendo uma vitória épica contra o COLO-COLO.