Data que presta homenagem à figura materna será celebrada no próximo domingo, 14 de maio

Karen Perin e o pequeno Martin

Foto: Andréia D. Fotografia

Ser mãe é ter brilho no olho. É se encantar com os chutes na barriga, com o nascimento, com as primeiras palavras e primeiros passos. É ter ao seu lado, pela longa trajetória da vida, a representação do amor mais puro, verdadeiro e sincero que existe: o de um filho.

No Brasil, a celebração do Dia das Mães é sempre comemorada no segundo domingo de maio. Nesse ano, a data cairá no dia 14. Para homenagear todas as figuras maternas bento-gonçalvenses e de todo o mundo, duas mães contam as histórias com seus filhos, em um caminho repleto de muitos ensinamentos, alegrias, realizações, mas também de dificuldades e, é claro, sempre com as bênçãos de Deus.

“Ser mãe é uma bênção de Deus, um amor verdadeiro. Um sentimento forte que nos liga para o todo e sempre nos conectando de maneira intensa para nunca mais nos sentirmos sozinhos. Amor de mãe e filho com certeza é o maior e mais abençoado que existe”. Assim Karen Perin resume o que é ser mãe de seu pequeno Martin.

O desejo em gerar uma vida sempre esteve presente em sua caminhada. “Sempre imaginei ser mãe, porém, ao tomar a decisão de almejar verdadeiramente, nos primórdios de 2019, iniciou-se a trajetória a ser percorrida até este maravilhoso ano de 2023. Na época, tinha tudo planejado como se as coisas fossem acontecer como a gente imagina. No meu caso, passou-se 2019 todo, entrou 2020, o medo da pandemia, as dúvidas, temores e ao findar 2020 um dos sonhos a ser realizado não se concretizava. Entrou 2021, as expectativas e buscas incansáveis continuavam, sem contar a idade avançando e o tempo se eximindo. Mais um ano findava e nada se realizava. Chegado 2022, com a probabilidade diminuída em face da idade e outros problemas, resolvi ‘soltar’. Considerando todos os fatores, o sonho parecia não se tornar real. Não conseguia engravidar e não sabia o porquê”, comenta.

Apesar de a sua vontade não se concretizar, ela tinha certeza que um dia alcançaria o seu sonho. “Sempre tive a certeza, dentro de mim, que o sonho de ser mãe eu iria realizar. Mesmo não engravidando, tinha certeza que seria mãe. Pensei em adotar, porém, resolvi dar um tempo. Sempre dizia que na hora certa tudo acontece e se for para ser, vai ser quando Deus quiser. Resolvi ocupar todas as horas do meu dia, para não ter tempo de pensar em nada”, salienta.

E foi o ano de 2023 que reservou a melhor surpresa de sua vida. “No dia 21 de janeiro, ao me sentir mal, dei entrada no hospital. Foi um dos dias mais felizes da minha vida. Soube da minha gravidez ‘silenciosa’ e já estava de 28 semanas. Por problemas de saúde, pré-eclampsia, passei por momentos difíceis naquela noite, ao mesmo tempo que a felicidade explodia no peito pela realização de um sonho, não sabia como iria ser, pois a minha saúde se debilitou em horas”, recorda.

Um dia após descobrir a gestação, o pequeno Martin já estava em seus braços. “Com a graça de Deus, a oração de familiares e amigos, no dia 22 de janeiro, a melhor bênção que Deus poderia ter me concedido nasceu. Este sim foi um dos dias mais felizes da minha vida. Conheci um amor jamais sentido antes, que não cabe no coração, não cabe no peito, um amor inexplicável. Martin chegou para me dar a maior felicidade”, celebra.

Para ela, hoje parece que o mundo todo cabe na palma de suas mãos. “O amor incondicional, o maior dos sentimentos eu conheci com o Martin. A maior demonstração de afeto, amor, zelo, carinho, cuidado, ou seja, conheci o amor verdadeiro, sentimento forte que liga mãe e filho para sempre”, conclui.

Iliene Basso e os gêmeos Eduardo e Guilherme

Foto: Priscilla Patzlaff

“Ser mãe é uma dádiva Divina”. É com essa frase que a mamãe Iliene Basso começa a contar sua história com os filhos, os gêmeos Eduardo Miguel e Guilherme Otávio Basso. “Fui abençoada por uma gestão gemelar e sempre agradeci a Deus por me presentear com a maternidade em dose dupla”, frisa.
Para ela, no início tudo foi novidade e os pensamentos giravam em torno de saber como seria. “O nascimento, como faríamos para cuidar de duas crianças ao mesmo tempo. Mas, sempre animada e entusiasmada, cuidei com muito amor de todos os detalhes”, pondera.

Toda mãe é um ser guerreiro por natureza e com Iliene não foi diferente. A insegurança tomou conta quando ocorreu o nascimento prematuro dos bebês, com 31 semanas de gestação. “Depois de conhecer os meus filhos por alguns segundos no momento do parto, o Eduardo e o Guilherme foram para a Unidade de terapia Intensiva (UTI) Neonatal, pois precisavam de cuidados para bebês prematuros. Apesar de não precisar de respirador, a partir deste momento surgiram muitos medos, muitas inseguranças. Foram 15 dias de muita aflição”, recorda.

Os primeiros dias desse primeiro processo foram os mais tensos. “Pois não sabíamos se poderia acontecer algo, se o desenvolvimento tinha completado seu ciclo, enfim, todas as preocupações com a saúde de ambos”, frisa.

Depois de 15 dias, a notícia mais aguardada pela família: a ida para casa. “Foi muita emoção, muitas lágrimas de felicidade poder sair do hospital e ir para nosso lar. Ao chegar, mostrei cada cômodo para eles, e por fim, chegamos ao quarto que foi pensado em cada detalhe para que tivessem um conforto, se sentissem seguros, e claro, cercados de muitos cuidados pela fragilidade de serem muito pequeninhos ainda”, relembra.

A mudança de vida foi instantânea, mas, segundo Iliene, tudo mudou para melhor. “Os cuidados diários, alimentação, troca de fraldas, higiene, tudo em dose dupla, passavam despercebidos, pois o amor sempre superou qualquer rotina de cuidados, qualquer cansaço, qualquer noite mal dormida. Ser mãe é fazer o possível e o impossível sempre”, realça.

Aprendizado constante

A rotina nem sempre é fácil, mas tudo é recompensador, principalmente pelos aprendizados constantes. “Ensinamos à eles valores, crença, religião, ensinamos a ter respeito ao próximo e principalmente em não viver em um mundo materialista. O Eduardo e o Guilherme não têm tudo o que “querem”, mas dão valor a tudo o que “tem”, até por que, os gêmeos são muito simples em seus pedidos, o que nos deixa feliz é saber que eles respeitam e entendem que não podemos ter tudo, e sim, devemos dar valor, cuidar e zelar pelo que temos”, enfatiza.

Alguns percalços também aparecem pelo caminho, mas, o amor e o carinho em ver seus pequenos felizes, é gratificante. “Nossa comunicação é pelo olhar”. O Eduardo e o Guilherme têm atraso na fala, porém, mesmo assim, eu entendo eles e eles me entendem. Eles sabem que podem contar comigo sempre, e só pelo fato deles saberem que eu sou a “mamãe” e que estarei sempre presente para ajudá-los e apoiá-los, isso me deixa imensamente feliz, ser reconhecida e amada pelos seus filhos, somente por um simples “olhar” ou por gestos”, frisa.

Cada momento da vida é celebrado com muita alegria. “A evolução para coisas simples e pequenas, vem um pouco a cada dia, e isso para nós é de uma importância imensa. A felicidade das pequenas coisas que jamais passam desapercebidas aos olhos de uma mãe que o que mais deseja, é ver seus filhos se desenvolvendo e evoluindo, independentemente de qualquer atraso no desenvolvimento ou diagnóstico que seu filho tenha”, celebra.

Para essa mãezona, os filhos, sem dúvida, são a melhor parte de sua vida. “São eles que me inspiram a ser uma pessoa melhor, a dar valor para as coisas simples da vida, a fazer e querer sempre por eles, por nós”. Eu amo o jeitinho especial que cada um tem comigo e tenho a certeza que estamos conectados além do olhar, pelos nossos corações e pela nossa alma. “Obrigada Eduardo e Guilherme por me ensinar que o tamanho da minha força é o tamanho do amor que eu sinto por vocês”, agradece.