O Brasil está chegando à marca de quase 1 milhão de casos prováveis de dengue, com 195 mortes confirmadas, segundo o Painel da Dengue, disponibilizado pelo Ministério da Saúde. Dentre a porcentagem de casos prováveis da doença, cerca de 55% das pessoas afetadas são mulheres, enquanto o percentual dos indivíduos masculinos atingidos é de aproximadamente 44%. A faixa etária mais afetada, tanto dos homens quanto das mulheres, corresponde de 30 a 39 anos.

No Rio Grande do Sul, até o fechamento desta edição, aproximadamente 10 mil casos já foram confirmados, com oito óbitos registrados. Somente em Bento Gonçalves, foram confirmados 13 casos, oito deles de origem autóctone, ou seja, a pessoa foi contaminada no próprio município. Até o momento, 17 suspeitas de dengue estão sendo investigadas na cidade. Já os municípios de Garibaldi, Farroupilha, Carlos Barbosa, Monte Belo do Sul e Santa Tereza somam 15 casos confirmados e 36 em investigação.

Com o aumento de casos de dengue, explodiu também a busca por repelentes e pela vacina na rede particular. Segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), em janeiro, as vendas dos produtos que protegem contra picadas de mosquitos avançaram 48,3% em relação ao mesmo mês de 2023. Esse crescimento é 12 vezes maior do que as vendas de todo o varejo no mesmo intervalo. Os preços subiram mais de 15% desde dezembro.

A procura é tanta que os fabricantes correm contra o tempo para garantir o abastecimento das prateleiras. A farmacêutica Cimed decidiu dobrar a produção de 500 mil para 1 milhão de repelentes por mês. A medida foi adotada depois que a empresa viu a demanda quase quadruplicar em janeiro em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.

A Rede Droga Raia registrou avanço de 28,6% nas vendas em dezembro, de 54,2% em janeiro e de 246,6% em fevereiro. Segundo a franquia, tamanha demanda fez com que os estoques caíssem bastante, mas a companhia já fez novas compras para evitar desabastecimento. Com a alta procura por repelentes devido ao aumento da dengue, há relatos de variação significativa de preços. O consumidor deve denunciar ao Procon da sua região se encontrar valores excessivamente elevados.

Especialistas ouvidos pela CNN alertam que a população deve evitar fazer uso de repelentes caseiros, como óleos de citronela, lavanda ou melaleuca, pois não possuem eficácia comprovada cientificamente.
Além do uso de repelentes, o Ministério da Saúde indica outras medidas para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti e, consequentemente, reduzir a velocidade de transmissão da dengue. Basicamente, deve-se evitar o acúmulo de pontos com água parada, que são criadouros do inseto.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) salienta que o repelente deve ser aplicado exclusivamente nas partes do corpo expostas, seguindo as instruções do fabricante. Além disso, a Anvisa adverte que não há produtos de uso oral, como comprimidos ou vitaminas, com indicação aprovada para repelir o mosquito.