Comando do 3º BPAT diz que houve redução nos índices de criminalidade nos primeiros meses do ano e que a queda não é consequência da pandemia da Covid-19, mas do trabalho preventivo e de inteligência feitos pela Brigada Militar

Depois de fechar 2019 com um total de 52 homicídios, o comando do 3º Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas (BPAT) da Brigada Militar assegura que nos quatro primeiros meses deste ano houve uma redução considerável na criminalidade, de modo geral. De acordo com o tenente-coronel que comanda a unidade, Paulo César de Carvalho, a queda envolve todos os tipos de ocorrências, desde agressões, violência doméstica, furtos, roubos, e crimes mais violentos como os casos de homicídio. Contabilizando o assassinato desta sexta, 22, já são 14 as mortes violentas nos quatro primeiros meses do ano.

De acordo com o oficial, os homicídios, entretanto, são 12, já que as outras duas mortes por arma de fogo ocorridas há pouco mais de uma semana se deram durante confronto com dois homens no interior do município, supostamente envolvidos com o tráfico de drogas. Segundo a BM, eles tinham armas e drogas e morreram durante a troca de tiros. “Nos mesmos primeiros quatro meses do ano passado foram 16 homicídios, o que demonstra que em 2020 houve uma redução. Só que em janeiro não houve nenhum homicídio na cidade, e isso só aconteceu, antes, em 2014”, contou o comandante.

Ações preventivas

Os números menores no total de homicídios, a redução das ocorrências e o fato de não terem sido anotadas mortes violentas em janeiro são creditadas pelo tenente-coronel Carvalho ao trabalho de policiamento preventivo realizado pelos efetivos da Força Tática, das Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (Rocam), Serviço de Inteligência e da Patrulha Tático Móvel (Patamo). “No centro da cidade conseguimos reduzir os casos de furtos e roubos, que era altíssimo. Em 2019, por exemplo, foram 41 ocorrências de roubo a pedestres e, neste ano, ficamos em 28 casos, uma redução de mais de 30%”, comemora.

O comandante do BPAT explicou que o pessoal que integra estas equipes de policiamento ostensivo e preventivo, como Força Tática, Rocam e Patamo não fica em um único local. “Eles não têm uma base fixa, ficam circulando pela cidade com ênfase às áreas onde se sabe que têm uma concentração maior de um ou outro tipo de crime”, disse. Sob as ordens diretas do comando da companhia de policiamento, que tem acesso à base de dados do Programa Avante – que concentra as estatísticas da criminalidade – os efetivos podem ser deslocados para diferentes regiões da cidade de forma rápida, ou orientados para alguma ação específica conforme o tipo de delito mais frequente em uma determinada vila ou bairro.

Combate ao tráfico

Comparando com as outras cidades da região de atuação do BPAT, Bento Gonçalves é um município com alta incidência de crimes envolvendo drogas, especialmente o tráfico. “Tem muito tráfico na cidade, sim. Por isso a grande quantidade de prisões que temos realizado”, afirmou, sem citar números. Para combater este tipo de crime a Brigada Militar tem concentrado o trabalho em ações de inteligência que envolvem, de modo especial, a troca de informações com outras forças, entre elas a Polícia Civil e a Polícia Rodoviária Federal, além da Guarda Civil Municipal (GCM), ressaltou o comandante do 3º Batalhão.

Foto: Silvestre Santos