A obra de asfaltamento do trecho que liga o município de Santa Tereza a Muçum também é vista com bons olhos pelo setor produtivo de Bento Gonçalves, uma vez que poderá ser utilizada para o escoamento da produção nos mais diversos setores econômicos, como aves, suínos, móveis, leite, ração, cereais, grãos, frutas, legumes, bebidas e alimentos entre a Serra e o Vale do Taquari, gerando incremento de impostos e renda para os municípios beneficiados.

Conforme a secretária de Desenvolvimento Econômico de Bento Gonçalves, Milena Bassani, a mobilidade é fator essencial na escolha logística das empresas. Com a obra, o trecho será uma nova opção para empreendimentos que necessitem escoar sua produção. “O asfaltamento da via, por si só passa a ser uma opção mais rápida e menos custosa. O que faz com que o trajeto se torne uma opção para o escoamento da produção”, afirma.

Milena acredita que após a conclusão desse primeiro trecho asfaltado, possa se construir mecanismos para atrair novos investidores e empreendimentos entre os municípios, inclusive Bento Gonçalves. “A logística sempre é tida como um dos pilares na escolha do local. A tendência é que se passe a olhar essa possibilidade a partir disso”, espera.

Um dos principais empreendimentos existentes no Vale dos Vinhedos, a Cooperativa Vinícola Aurora também destaca a importância da obra. Segundo o diretor superintende, Hermínio Ficagna, com o asfaltamento, o custo de envio da produção para outras regiões poderia diminuir, uma vez que o trajeto reduziria, como é o caso de quem utiliza a Rota do Sol para chegar, por exemplo, a centros como Lajeado e Montenegro. “A via será uma nova possibilidade, porque acaba tirando o produto da RSC-453, por exemplo, que está sempre movimentada, e oferece um novo trecho”, explica.

Ficagna diz ainda que o setor mais beneficiado neste caso ainda é o turismo e a busca pela tranquilidade que só as cidades do interior tem. “Hoje, as pessoas estão buscando o interior para moradia, descanso, conhecer lugares onde há predomínio da natureza. E parte desses locais possuem condições para quem decide mudar de vida. Tendo infraestrutura, você tem qualidade de vida. Qualquer obra que venha gerar desenvolvimento é positiva”, garante.

Apesar do apoio, Ficagna cobra mais investimentos em outros trechos da Serra, principalmente, para o escoamento da produção que acaba sendo prejudicado pela má conservação das estradas gaúchas. “É uma precariedade o que vemos nas nossas rodovias. Eu diria ainda que, infelizmente, a região tem uma das piores malhas rodoviárias do Rio Grande do Sul. Quando o turista vem pra cá, ele quer segurança. E isso, nós precisamos discutir e cobrar novos investimentos. Não só pela questão industrial, mas também, por quem utiliza o trecho para trabalho ou turismo”, finaliza.