Eu jurei que não ia falar em política. Me segurei o quanto pude, mas agora é uma questão de consciência. Ou de sobrevivência. Enfim, ninguém pode se furtar da responsabilidade pelo seu futuro e o dos seus filhos e netos.  

Mas antes vamos a uma metáfora, com a ajuda da anatomia humana.  O quinto metatarso é o osso do pé que está articulado com o dedo mindinho e com o osso do tarso (que não tem genro). Esse minúsculo dedo que está aí, não por acaso, sofre bastante pelos impactos que recebe durante as caminhadas, em função de tênis inadequados, sapatos de saltos, sapatos de ponta fina, pedras no meio do caminho, coisa e tal. O estrago nos pés é grande e gera consequências ao corpo todo. 

No meu caso, além de aceitar tardiamente que meu pé não é de princesa e tê-lo sufocado por anos com um número menor, estou constantemente brigando com as quinas. A quina da mesa, a quina da porta, a quina do sofá…  E a cada batida, uma dor lancinante e um palavrão sem sentido, já que seres inanimados não têm mãe. 

Dia desses, depois de mais um “fdp”, me perguntei: “Afinal, qual é a função desse infeliz que nem unha decente tem?”

Hoje obtive a resposta. Esse projeto de dedo é responsável pelo equilíbrio do pé e, consequentemente, do corpo que ele carrega. A sua importância na ordem do dia é bem maior do que se imagina.

Certo, e daí? Daí que temos que cuidar do dedinho assim como cuidamos do dedão, tratar seus traumas, que podem causar desde entorse do tornozelo até lesões ligamentares e fraturas. Ou as dores serão crônicas e debilitantes.

É agora que entra a política. O presidente é o dedinho que, ao lado dos outros dedos, é responsável pelo equilíbrio, pela estabilidade, pelo andar da Nação – para frente ou para trás. O dedinho é o Poder Executivo, que vai conduzir os rumos de um Estado democrático. É também representado pelos governadores. Já os demais dedos representam o Legislativo e Judiciário, que também têm a sua importância no sistema de freios e contrapesos.

O PROBLEMA É QUE MUITA GENTE NO PATAMAR DA TERCEIRA IDADE, ONDE TAMBÉM ME ENCONTRO, DISPENSADA DO DEVER CÍVICO DE VOTAR, PENSA EM ABDICAR DO DIREITO DE ESCOLHER SEUS GOVERNANTES. SE ISSO ACONTECER, ESTAREMOS PERMITINDO AOS OUTROS QUE PROJETEM O FUTURO DE NOSSOS FILHOS E NETOS, QUE PODE SER O OPOSTO AO QUE DESEJAMOS.

DEPOIS QUE “INÊS É MORTA”, NÃO ADIANTA CHORAR.