Nas análises sobre imigração italiana e mesmo sobre as imigrações internas de seus descendentes, a confirmação da presença constante da família. O agrupamento composto pelo pai, mãe e filhos, ou por recém casados estava na intenção dos agentes de imigração por questões de ordem funcional, materiais e simbólicas. Alguns analistas, confirmando o que os dados demonstravam para as Colônias específicas, chegam a dizer que a imigração foi um empreendimento prioritariamente de famílias.

A família do imigrante sempre foi vista como organização cultural, econômica, tecnológica e de sociabilidade, girando em torno do grupo doméstico que a compõe, da esfera de trabalho, da convivência e dos vínculos comunitários. Esse tripé – convívio esteve presente por toda a trajetória das vivências especiais com a colônia. Desse vínculo constitui-se uma lógica e uma simbólica marca de vida familiar, de relações de trabalho e de sociabilidade. Desse modo, a família apresentava-se como trabalhadora e proprietária, fundada nos horizontes dos valores tradicionais, porém na sua dinâmica com o social com as atenções e os conflitos que se faziam presentes, tanto no âmbito da propriedade da terra, quanto no convívio interno e externo.

A noção cultural e econômica da família, sua propriedade no empreendimento imigratório e a exploração interna da força de trabalho, foram muito importantes para os agentes da imigração.

Não podemos esquecer que a contribuição da família, como unidade produtiva foi e continua sendo de fundamental importância para o trabalho. Para tanto, uma hierarquia interna bem constituída, legitimada de vínculos comunitários e vicinais de demandar auxílio a fim de proporcionar a entreajuda e a funcionalidade da integração familiar.

Temos a convicção de que FAMÍLIA, PROPRIEDADE E TRABALHO sempre foi e será o tripé, sustentado pela FÉ. Dessa célula familiar buscava-se o auxilio religioso pela forte devoção e espírito de oração em família e em comunidade, os capitéis, as capelas, a veneração aos santos, as procissões e o papel importante de cada pessoa na comunidade.

O sacrifício no trabalho e nos primeiros anos de pioneirismo, o sentido do canto na roça, na estrada, nos filós, nas famílias durante as rezas, as lutas e conquistas, possuíam um referencial de ligações de espaço e tempo do colono com seu passado cultural, o que os faziam agrupar-se em FAMÍLIA e ter na FAMÍLIA uma extensão, um grupo maior do que o grupo doméstico. E assim surgiam as COMUNIDADES, baseadas na FÉ e na mútua ajuda com os que faziam parte da sociedade.

“FELIZ E ABENÇOADO NATAL PARA TODOS NÓS E TODAS AS FAMÍLIAS”