A história do cooperativismo começou há mais de um século na serra gaúcha. Foi introduzido no Rio Grande do Sul quando por volta de 1892, o padre Teodoro Amstad, montado no lombo de uma mula, começou a percorrer o interior do Estado, reunindo agricultores para formar associações no que ele considerava a mais perfeita forma de organização econômica e social, propondo a produção e a venda em conjunto. O padre pregava a união dos colonos para compor um corpo único e, assim, mais sólido para enfrentar a concorrência já estruturada.. Mas também pregava um modelo com característica a igualdade de direitos e a participação de todos os associados da comunidade produtiva nos destinos da cooperativa.

Notabilizou-se neste período o desenho de dois burrinhos que, amarrados por cordas isoladas, não conseguiam chegar ao alimento porque cada um puxava para um lado. Quando na imagem seguinte, os dois animais passavam a dirigir os seus esforços na mesma direção, atingiam facilmente o alimento. Quando o padre Amstad morreu, aos 86 anos, em 1938, tinha percorrido aproximadamente 120 mil quilômetros pelo Rio Grande do Sul e fundado 62 cooperativas em todo o Estado. A primeira delas, surgiu em 1900, denominada Associação Rio-grandense de Agricultores de Feliz, tinha novidade até no ecumenismo, ao reunir católicos e evangélicos, fato incomum na época. Outra associação, que para muitos é considerada a primeira verdadeira cooperativa do RS, foi a CAIXA RURAL de NOVA PETRÓPOLIS, criada em 1902 por colonos da localidade chamada linha imperial.

Bem antes do padre Amstad pregar a doutrina nos campos do território riograndense, o cooperativismo havia nascido na Inglaterra, mais precisamente em 1844 na cidade de Rochedale, quando 18 artesãos uniram-se para somar o trabalho e dividir os resultados de modo igualitário e justo. Entre os princípios do sistema cooperativo, estava a eliminação do intermediário, o estabelecimento do preço adequado, a supressão do lucro, a neutralidade política e religiosa e o desenvolvimento da educação. Segundo esta regra do estatuto dos primeiros, 2,5% dos líquidos do exercício financeiro deveriam ser destinadas à educação dos associados, contribuindo para o “seu progresso intelectual”.

VOCE SABIA COMO SURGIU O NOME DA COOPERATIVA AURORA?

‘Quando o dia chega suplantando a noite escura, ,é a aurora que surge. Aurora é alvorecer, despertar e tem sentido de coisa nova e boa, algo que se espera, o sol que aparece”. A cooperativa Aurora representou o alvorecer para milhares de agricultores e o nome da associação tem também esse significado mas, aparentemente, não foi inspirado nisso, nem surgiu com essa intenção. A idéia foi outra; o nome foi inspirado numa menina de sete anos de idade, AURORA Cao, filha do imigrante italiano LUIGI CAO, “profissão pedreiro e viticultor por amor ao vinho.”

Naquele ano de 1931, as irmãs gêmeas AURORA e ALBA idênticas em tudo – no sorriso, no corpo, no rosto- todos os dias levavam numa cestinha o almoço ao pai pedreiro, que construía”um pavilhão para uva”, lá longe da cidade, em Bento Gonçalves. Era o depósito da futura cooperativa, onde todos trabalhavam, em mutirão.

Os colonos se afeiçoaram às meninas e elas lhe serviam de inspiração no momento em que deviam dar uma denominação à associação. ALBA ou AURORA? Perguntaram-se eles entre si e acabaram optando por AURORA.