No século XIX, a unificação italiana e a incorporação da península ao sistema capitalista não incluíram as camadas populares. Os camponeses foram expulsos das terras. A indústria mostrou-se incapaz de absorver a mão-de-obra disponível. Assim, os italianos pobres foram obrigados a buscar, em outros países, as condições de vida que sua pátria lhes negava. No total, 24 milhões de habitantes partiram da Itália, para diferentes regiões do mundo. A maioria dos imigrantes chegados ao sul do Brasil partiram do Porto de Gênova. A travessia que durava pouco mais de um mês, era feita em navios que eram transportados os escravos e eram sobrecarregados. As doenças eram frequentes e a mortalidade elevada. Do Rio de Janeiro, após dias na casa dos imigrantes, eram transportados em vapores para Porto Alegre. Ao chegarem na capital, eram alojados em um prédio precário ou dormiam nas ruas e praças próximas.

De Porto Alegre, seguiam em pequenas embarcações para Montenegro, São Sebastião do Cai ou Rio Pardo.

Ao chegarem ás Colônias, os imigrantes eram alojados em barrações e depois, enviados aos lotes rurais.

A imigração italiana para o Rio Grande do Sul era financiada pelas autoridades brasileiras. Os lotes e os eventuais subsídios governamentais, ferramentais, sementes, alimentos e outros; deveriam ser pagos no prazo de cinco a dez anos.

O movimento tinha como objetivo “IMPORTAR MÃO-DE-OBRAR”. Visando aumentar tanto a população como a produção agrícola. Em poucos anos, a paisagem transformada. As grapirás, os louros, os cedros, as cabriúvas e a araucárias foram cedendo lugar ao trigo, centeio, linho e muitos parreirais.

A mesa do imigrante tornou-se menos pobre, a casa um pouco mais confortável. Em 1925, a principal economia do nosso município, em seu cinquentenário, era a agricultura baseada também em produtos derivados de suínos. O segundo produto mais representativo era o vinho. O autor destes registros, salienta que “diante deste quadro, podemos notar o enorme progresso de Bento Gonçalves em apenas 50 anos.”

Em 1925, havia 249 estabelecimentos comerciais.

Em 1933 inicia-se o calçamento da rua Marechal Deodoro, centro da cidade. Hoje Via Dell Vino.

Em 1940, a agricultura vai sendo substituída pela indústria, que aos poucos vai diversificando sua produção, gerando mais empregos. A industrialização atrai um novo contingente de trabalhadores, migrantes de outros municípios da região. O poder de consumo da população aumenta com o desenvolvimento da cidade.

No início da década de 1950, o município apresentava uma população de 23.440 habitantes, destes 6.380 era urbano e 17.060 rural e suburbanos.
“Neste Aniversário, quero saudar ao povo que ajudou a CONSTRUIR O QUE SOMOS HOJE…UM MUNICÍPIO DE GRANDE VALORES…RECONHECIDO PELO TRABALHO …. PELOS VALORES CULTURAIS…

NÓS TEMOS O DEVER E A OBRIGAÇÃO DE CONHECER A NOSSA HISTÓRIA…